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Conjuntos habitacionais viram terra de ninguém

Da redação

 O jornal O Imparcial tem acompanhado a difícil situação vivida por pessoas que tiveram suas casas em núcleos habitacionais localizados na região do Selmi Dei, invadidas. Por outro lado, os invasores dizem que não têm para onde ir com suas famílias.

Nessa segunda-feira (21), Wellington Luís Moura, procurou a reportagem para denunciar que sua casa situada na Rua 49, número 745, no bairro Romilda Barbieri, teria sido invadida. Segundo ele, a casa está em nome da sua ex-mulher e dele. Wellington, que tem problemas com alcoolismo e estava internado em uma clínica para tratamento, permaneceu lá por 5 meses e quando voltou já não tinha mais casa. Atualmente, Wellington mora na rua e não conseguiu deixar a bebida. Sua mulher alugou uma casa em outro bairro, onde mora com o filho do casal.
A reportagem visitou a nova moradora da casa, Magda, que afirmou que essa mesma casa já havia sido invadida por outras pessoas, mas o proprietário conseguiu retira-las do local. “Quando cheguei aqui, a porta estava aberta, o mato alto, energia cortada e a água, o DAAE também ia cortar, porque tem uma de dívida R$ 600,00, mas consegui negociar e estou pagando, na verdade ele não morava aqui, só vinha aqui para beber e dar trabalho, e na realidade dá até hoje, pois aparece sempre de madrugada, alcoolizado e chutando a porta e nos ameaçando para sairmos do imóvel”, relatou a invasora. Além de Magda, na casa mora seu marido e uma filha de 4 anos. Ela alega que se forem expulsos do imóvel, não têm para onde ir.
Ao lado desse imóvel mora Lismara Cristina Alves, de 20 anos, com 4 filhos. Ela também é invasora, pois seus pais são dependentes químicos e ela não tinha onde ficar com os filhos. Tanto ela como os vizinhos afirmaram à reportagem, que a casa estava vazia desde que foi entregue, então resolveu invadir para dar um teto aos filhos. A casa não é murada e está com a água e a energia elétrica cortadas. Diz ainda que sofre constantes ameaças da proprietária para que saia do imóvel, e teme pela vida dos filhos.

Lismara afirmou também que foi até a Secretaria da Habitação, onde foi orientada a permanecer na casa. Ela também afirmou que conversou com o vereador Paulo Landim (PT), no último domingo (20), quando houve uma festa no bairro denominada ‘Domingo Feliz’, e que ele ficou de averiguar sua situação ainda esta semana.

Outro caso

Claudiana Perpétua Nogueira, que também teve sua casa invadida no Vale Verde, enquanto aguardava as adaptações no imóvel para que sua filha com sérios problemas de saúde tivesse o mínimo de conforto, afirma que a Coordenadoria de Habitação orientou a atual moradora a invadir a residência. Ela foi nessa segunda-feira (21) até a Caixa Econômica Federal para saber quem poderia ajuda-la nesse caso, mas a Caixa informou que não cabe a eles, pois os casos de invasão são de responsabilidade do município.

Nota
Em relação ao caso de Claudiana, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, por meio da Coordenadoria de Habitação, reforça a informação de que o contrato (em se tratando de financiamento) e gestão dessas unidades habitacionais são de responsabilidade da Caixa Econômica Federal e cabe somente a esta instituição, e não à Prefeitura, a decisão sobre substituição de moradores ou qualquer outra iniciativa, como por exemplo, reintegração de posse.

Sendo a reclamante proprietária do imóvel, a Prefeitura orienta que, de posse dos devidos documentos, procure a Caixa para informar o ocorrido.

Vale destacar que o documento que está com a pessoa que ocupou a casa de maneira irregular já foi encaminhado pela Coordenadoria para a Caixa Econômica Federal.

Empurra empurra

Diante desses fatos fica claro o jogo de empurra, empurra, entre a Caixa Econômica Federal e a Prefeitura. Enquanto isso, nada se resolve e as crianças continuam habitando as residências invadidas sem água e sem energia elétrica.

Os núcleos habitacionais hoje se tornaram territórios de ninguém. Outro caso muito parecido é o do Condomínio dos Oitis, localizado na região do Jardim Iguatemi, onde vários apartamentos foram invadidos há alguns anos e, até agora, nenhum órgão público tomou providências para resolver o grave problema.

 

Magda mora na casa invadida com a filha e o marido. Foto: Suze Timpani
Redação

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