Início Araraquara Aluguel social leva dignidade para casal que morava em imóvel abandonado

Aluguel social leva dignidade para casal que morava em imóvel abandonado

Depois de três meses vivendo no imóvel de uma madeireira desativada, Carol Aparecida Martins de Souza, 19 anos, começou a reestruturar sua vida. Com ajuda da Prefeitura, ela e o marido, Mairon, 21 anos, mudaram-se para uma casa do Jardim Cruzeiro do Sul e têm uma nova qualidade de vida e perspectiva de futuro.

As vidas de Carol e Mairon mudaram após a Prefeitura reformular o “Programa de Locação Social”, também conhecido como “aluguel social”. Em março, o Município enviou um projeto de lei à Câmara Municipal para garantir que o benefício chegasse a mais famílias. A proposta foi aprovada por unanimidade.

Com a mudança no programa, o número de pessoas atendidas quase triplicou: eram 16 no início do ano e já chegaram a 42. A meta da Prefeitura é chegar a 100 famílias em extrema vulnerabilidade social atendidas até junho, incluindo pessoas em situação de rua.

Há uma semana, Carol deixou o imóvel da madeireira, que fica no Jardim Renata. “Não tinha água, não tinha luz, não tinha banheiro e vaso sanitário. Estava tudo quebrado, abandonado, com muito mato em volta. Era um lugar só para esconder da chuva e do sol”, explica.

Agora, Carol e Mairon ainda estão estruturando a nova moradia. A esposa está trabalhando como manicure, enquanto o marido faz ‘bicos’ carpindo calçadas ou como servente. “Foi uma ajuda muito grande para a gente”, agradece Carol.

Priscila, a proprietária do imóvel, também ajuda o casal nesse recomeço. “Além da parte financeira, também tem isso de fazer o bem ao próximo. É gratificante saber que a Prefeitura tem esse programa. A gente fica feliz por saber a situação em que eles estavam e ver que agora podem dormir sossegados, pois estão no cantinho deles”, afirma a dona da casa, que pediu para não ter o sobrenome revelado.

Do carro para a casa

Outra história de superação de dificuldades é do motorista Haroldo Napoleão, 41 anos, e da profissional de limpeza Elizângela Ferreira da Silva, 25. Eles moravam no Residencial Valle Verde, mas não conseguiram manter o pagamento do aluguel e tiveram de deixar a casa.

Sem alternativas, o casal foi parar em um terreno ao lado do bairro, onde improvisou um espaço para ficar. “Não havia condições nenhumas. O que a gente vivia era bem triste”, explica Haroldo. Os alimentos eram preparados em fogão a lenha. Nos dias de chuva, o casal se protegia dentro do carro, que é usado para levar materiais recicláveis para venda.

A Prefeitura descobriu a situação enfrentada pelos dois e ofereceu ajuda. Agora, desde o final de abril, Haroldo e Elizângela moram em uma casa na Vila Xavier. “A gente estava em uma situação horrível. Sem luz, sem tomar banho, fora o medo de acontecer alguma coisa”, revela Elizângela.

Extrema vulnerabilidade

O programa é desenvolvido pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano, por meio da Coordenadoria de Habitação, e pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social. Outras secretarias e integrantes da sociedade civil também integram um comitê municipal para avaliação e monitoramento do programa.

O período de permanência no aluguel social é de um ano, podendo ser prorrogado duas vezes por mais seis meses, totalizando o máximo de dois anos.

“O aluguel social é um programa fundamental da Prefeitura, porque leva dignidade e o direito à moradia para pessoas em extrema vulnerabilidade. Nós iremos continuar fortalecendo o programa, por meio das nossas equipes de Assistência Social e da Habitação, para atender as famílias que mais precisam”, afirma o prefeito Edinho.

Com a recente alteração na legislação, o contrato de aluguel passou a ser feito diretamente entre o locatário e o proprietário do imóvel ou a imobiliária, reduzindo questões burocráticas e agilizando o processo. O dinheiro do aluguel é repassado pela Prefeitura ao beneficiário, que faz o pagamento ao dono da casa.

“A alteração na lei desburocratizou o processo de locação e deu mais celeridade na aprovação dos cadastros e no aluguel das casas. A expectativa é de que a gente consiga dar atendimento de maior qualidade e para um número maior de pessoas, já que não temos política de Habitação a nível estadual e federal para a ‘faixa 1’, das pessoas com maior vulnerabilidade”, afirma a secretária de Desenvolvimento Urbano, Sálua Kairuz Poleto.

“Nós estamos atendendo quem realmente não tem condições de conseguir uma moradia. Nosso objetivo é dar dignidade a essas famílias. Não é um favor da Prefeitura. É um direito constitucional à moradia”, explica o coordenador de Habitação, Alcindo Sabino.

Para a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Jacqueline Barbosa, o aluguel social ganha ainda mais importância em meio ao aumento da vulnerabilidade em razão da pandemia da Covid-19.

“A porta de entrada para o programa é a rede de Assistência Social. O aluguel social traz resposta a uma das maiores ausências de necessidades básicas, que é a ausência de moradia. Houve um aumento no número de famílias que não conseguem mais pagar o aluguel. Com o programa, nós evitamos que essas famílias estejam nas ruas”, analisa Jaqueline.

Redação

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