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Alunos de Psicologia da Uniara desenvolvem estudo que envolve surdez, escolaridade e saúde mental

Estudo foi contemplado com bolsa do PIBIC/CNPq da universidade

O estudo “Surdez, escolaridade e saúde mental” rendeu ao aluno do curso de Psicologia da Universidade de Araraquara – Uniara, Guilherme Augusto Gallassi Pozzetti, uma bolsa do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC/CNPq da universidade. O trabalho, que tem como coautor o graduando Renato Rezende Haddad, é orientado pela professora Ana Cristina Alves Lima. 

“O nosso trabalho é uma pesquisa online realizada com a população surda para mensurar qual é o real acesso à educação e saúde mental que possui no dia a dia. Tudo isso porque a psicologia visa a fazer atendimento a todos e também compartilhar informações com todos, porém, é escassa a quantidade de profissionais que fazem atendimento acessível em Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, por exemplo”, contextualiza Pozzetti, em nome da dupla. 

Ele acrescenta que a intenção também é aproximar a realidade da comunidade surda dos conhecimentos acadêmicos. “O nosso questionário online é inteiro composto por vídeos sinalizados em LIBRAS, para maior acessibilidade de todos e, além disso, escolhemos o formato online para conseguirmos alcançar o maior número de participantes possível”, explica. 

O projeto de pesquisa está pronto e aprovado pelo Comitê de Ética, assim como o questionário para a coleta de dados com todos os vídeos sinalizados em LIBRAS gravados, revisados e aprovados por uma intérprete de LIBRAS. “O questionário online ainda não foi aplicado, porém será a próxima etapa da pesquisa, já que tivemos um tempo de espera para os resultados tanto do Comitê de Ética quanto da bolsa de iniciação científica. A coleta de dados será realizada do final de setembro até o final de novembro, visando a alcançar o maior número de participantes”, detalha Pozzetti. 

 A pesquisa é de extrema relevância, segundo ele, “já que atualmente no Brasil existem cerca de 10 milhões de surdos, sendo que essa comunidade sofre com a falta de acessibilidade e inclusão todos os dias, criando barreiras sociais que dificultam a vida cotidiana”. “A necessidade dessa pesquisa está em trazer para a comunidade científica a opinião dos surdos sobre os conceitos de educação e acessibilidade na saúde mental, assim como contribuir para futuros desenvolvimentos teóricos/metodológicos que favoreçam a inclusão da comunidade surda na sociedade”, salienta o estudante. 

Ele menciona ainda que a psicologia tem como pressuposto em seu código de ética a universalização do acesso da população às informações, ao conhecimento da ciência psicológica, aos serviços e aos padrões éticos da profissão. “Porém, hoje ainda é baixo o acesso da comunidade surda a atendimentos de saúde mental e, sendo assim, contempla-se a necessidade investigar como as informações da psicologia permeiam a comunidade surda”, completa Pozzetti. 

Alves, por sua vez, destaca que “esse trabalho é bastante relevante e interessante, especialmente no que se refere ao seu método de pesquisa”. “É necessário dar mais voz à população surda, sendo o questionário adaptado um passo importante para a maior participação dessa comunidade nessa pesquisa”, finaliza a docente.

Redação

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