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Amanhã é Dia Nacional do Livro!

Ariane Padovani

 

Nesta terça-feira (29) é comemorado o Dia Nacional do Livro em homenagem à fundação da Biblioteca Nacional do Livro, nesta mesma data, em 1810, no Rio de Janeiro, pela Coroa Portuguesa, que trouxe para o Brasil peças da Real Biblioteca Portuguesa. A data celebra uma das invenções mais enriquecedoras da humanidade, que começou a ser editada no nosso país ainda em 1808, quando D. João VI fundou a Imprensa Régia. O primeiro livro editado foi ‘Marília de Dirceu’, do escritor Tomás Antônio Gonzaga.

Os apaixonados por livros costumam celebrar também o Dia Internacional do Livro, comemorado anualmente em 23 de abril, em homenagem ao escritor Miguel de Cervantes. Aqui no Brasil festejamos ainda o Dia Nacional do Livro Infantil em 18 de abril, em consideração ao escritor Monteiro Lobato, que nasceu nesse dia.

 

Curiosidade

O que muitos não sabem é que, inicialmente, os livros eram diferentes dos que encontramos hoje nas livrarias. Na Antiguidade, eles eram feitos em papiro, uma espécie de lâmina retirada do caule de uma planta de mesmo nome, que possibilita a escrita. Tempos depois os rolos de papiro foram substituídos pelo pergaminho, que podia ser costurado, já que era feito de pele animal e tinha mais resistência.

O papel chegou na Idade Média e os livros, ainda escritos à mão, substituíram os pergaminhos. Em 1455, o alemão Johannes Gutenberg criou uma técnica de prensa com uma impressora que reproduzia letras e símbolos com relevo esculpidos em metal. O processo espalhou-se pela Europa e logo pelo mundo. O primeiro livro impresso por Gutenberg foi a Bíblia. A obra, escrita em latim, teve 1.282 páginas.

 

Despertar

Os livros são fontes inesgotáveis de conhecimento e têm o poder de transportar seus leitores para todos os lugares espetaculares que a imaginação é capaz de ir. Priscila Cassola, de 39 anos, gostava de ler Paulo Coelho, Zibia Gasparetto e Jô Soares, mas em 2012 começou a se interessar por outros tipos de literatura. “Por causa do Facebook e dos grupos literários que tem nele passei a conhecer mais obras e ler com mais afinco. Hoje, devido ao meu retorno aos estudos, não consigo ler tanto como naquela época, mas ainda tenho o hábito bem frequente. Mudou o estilo de leitura, mas a vontade, não”, disse a farmacêutica.

 

Priscila mudou o gênero de leitura por causa de grupos literários do Facebook

 

A auxiliar odontológica Léia Franke, de 36 anos, começou a ler para passar o tempo, já que não tinha acesso fácil a notebooks ou celulares bons, onde as possibilidades de entretenimento são infinitas. “Comprei alguns que eu achei que seriam bacanas, uns odiei, outros “me pegaram”, me fizeram curtir a leitura. Com os livros chorei e ri muito. Por consequência percebi que meu vocabulário acabou dando uma melhorada, diminuindo alguns erros ortográficos”, relatou Léia, que acredita que o gosto por boas histórias possa surgir em qualquer idade. “Sorte daqueles que sentem esse “puxão” mais cedo”, opinou.

 

Incentivo na infância

A manicure Catia Inês, de 51 anos, tem o sonho de conhecer a Bienal do Livro de São Paulo. Ela pegou gosto pela leitura ainda no ensino fundamental, graças a sua professora de português que trazia para os alunos livros da Biblioteca da escola para incentivá-los. “Eu acredito que li a ‘Coleção Vagalume’ inteira, li vários clássicos brasileiros. Já dos 20 anos em diante li muito romance espírita, é um tipo de leitura que me agrada muito. Quando a minha sogra faleceu herdei todos os livros dela do gênero que ela colecionava. Mais tarde, uma amiga me incentivou a outro tipo de leitura, ela me apresentou a série ‘Hush Hush’, da Becca Fitzpatrick. Foi aí que voltei a ter o vício da leitura e passei a me dedicar mais a ler. Fiquei viciada em comprar romances de épocas, como os que retratam fases da guerra da Alemanha”, contou Catia, que atualmente tem como escritora preferida de romance Kristin Hannah. “Já li vários livros dela, tenho os preferidos guardados na minha estante. No gênero espírita tem a Célia Xavier Camargo que é muito bacana, gosto muito da escrita dela, mas o meu livro preferido é ‘Um Diário no Tempo’, da Eliana Machado Coelho. Ele fala de uma fase que se passou aqui no Brasil, no interior de São Paulo. Tenho ele na minha memória”, confessou.

 

Livro x Ebook

Com o avanço da tecnologia, os livros digitais ganharam cada vez mais espaço no mercado. É verdade que a maioria ainda não está pronta para abrir mão do livro físico, já que sentir a textura da capa, o cheiro das páginas e colecionar exemplares faz parte do ritual de leitura de muitos adeptos. No entanto, a praticidade dos leitores eletrônicos, como o Kindle, vendido pela gigante Amazon, não pode ser ignorada. Carregar centenas de títulos em um único dispositivo e pagar mais barato pelas obras, sem dúvidas, é uma vantagem.

Apesar disso, Priscila Cassola é do time dos livros em papel. “Prefiro pelo prazer de segurar um livro, folhear, entre outros prazeres que só o livro físico nos fornece, mas acho interessante termos opção. O valor dos livros acaba sendo um ponto negativo, mas nem por isso iria parar de adquirir livros e ler”, expôs a farmacêutica.

Léia Franke também prefere estar com os livros físicos em mãos durante suas leituras, mas nem sempre consegue. “Li alguns Ebooks, sinceramente não curti. Mas infelizmente, devido ao alto valor dos físicos, acabo lendo os Ebooks”, admitiu a auxiliar.

Catia Inês não cogita aderir à tecnologia. “Ebook não é a minha área. Esse negócio de ler em um tablet ou celular não é comigo, gosto de ter o livro na mão, costumo levar para onde vou, como na consulta médica, no dentista ou quando minha filha tem curso de inglês e preciso ficar esperando”, explicou a manicure.

 

Feira do Livro

 

José Luiz Silva Teixeira conta que a Feira Itinerante vendeu cerca de 6 mil títulos em Araraquara

 

Araraquara recebeu, de 12 a 25 de outubro, a Feira Popular do Livro, na Praça Pedro de Toledo. Com títulos para todos os gostos e preços para os mais diversos bolsos, a feira doou 100 exemplares para a Biblioteca Municipal Mário de Andrade, como é de costume em todas as cidades por onde ela passa.

De acordo com José Luiz Silva Teixeira, coordenador na feira na cidade, as vendas foram boas, apesar de não ter superado as expectativas. “Não foi ruim, mas não foi o que esperávamos. Acredito que faltou divulgação. Mas quem passou por aqui, amou. Os títulos mais vendidos foram ‘O dicionário de símbolos’, ‘Diário de Anne Frank’ e ‘Vade Mecum’. Os infantis também venderam bastante. Foram seis mil títulos vendidos”, contou José.

 

Redação

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