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Araraquara bate novo recorde e chega a 16 dias sem óbito por Covid-19

Última vítima fatal da doença foi registrada em 28 de março; município tem 89% da população com ciclo completo da vacinação e 58% com a dose de reforço

Faz 16 dias, mais de duas semanas, que nenhum morador de Araraquara morre em decorrência da Covid-19. O novo recorde, o maior desde maio de 2020, foi registrado nesta quarta-feira (13). O último óbito causado pela pandemia ocorreu em 28 de março.

Antes dessa marca ser superada, Araraquara havia ficado 15 dias consecutivos sem registrar mortes por Covid-19 entre 19 de outubro e 2 de novembro do ano passado.

A pandemia vai registrando queda expressiva no número de casos, internações e óbitos conforme a vacinação avança, com a população completando o ciclo de imunização e recebendo a dose de reforço.

“Isso é fruto do grande avanço que o município tem em relação à vacinação, com a adesão da população. Com isso, mesmo que tenhamos casos positivos, são casos que não complicam e não levam à internação e a óbito. O que mostra a importância da vacina no contexto do controle da pandemia”, afirma a secretária de Saúde, Eliana Honain.

Nesta quarta-feira foram registrados 38 casos de Covid-19, com média móvel de 29 casos diários nos últimos sete dias. Estão internados com a doença quatro pacientes em hospitais do município, sendo três em enfermaria e um em UTI.

Os dados do Vacinômetro mostram que 94% da população geral de Araraquara tomaram ao menos uma dose dos imunizantes e 89% completaram o ciclo vacinal (com duas doses ou única). Em relação à dose de reforço (ou terceira dose), aplicada quatro meses depois da segunda dose, 58% dos araraquarenses já receberam. Crianças até 4 anos, 11 meses e 29 dias ainda não atingiram a idade para se vacinar contra a Covid-19.

Segundo o Governo do Estado, o índice é de 93% da população paulista com ao menos uma dose das vacinas e 86% com o esquema vacinal completo. Em todo o Brasil, 84% das pessoas receberam pelo menos dose do imunizante e 75% estão com ciclo completo. Nacionalmente, apenas 38% já tomaram a dose de reforço. Os dados nacionais são do consórcio Folha de S.Paulo, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1.

Referência
Araraquara é referência nacional e internacional no combate à Covid-19 devido a uma série de ações adotadas no município. Entre elas, a construção de um hospital de campanha logo no início da pandemia, a reabertura do Pronto-Socorro do Melhado para atendimento de pacientes com Covid-19, o investimento em testagem com resultado rápido (em parceria com universidades) e a transformação da UPA da Vila Xavier em referência para casos de coronavírus.

Araraquara também foi apontada por especialistas em saúde pública como a única cidade brasileira a implementar ‘lockdowns’ de fato, endurecendo o isolamento social e reduzindo a curva de contaminação da doença quando a ocupação de leitos de UTI chegava a 100%.

As medidas de restrição de circulação foram adotadas em 2021, quando a variante delta (a cepa que foi diagnosticada em Manaus) fez explodir o número de casos e internações — a vacinação ainda estava se iniciando e havia chegado a apenas uma parte da população.

Projeção do médico epidemiologista e professor doutor Bernardino Alves Souto, do Departamento de Medicina e do Programa de Pós-Graduação em Gestão da Clínica da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), mostrou que o primeiro ‘lockdown’ (entre 21 de fevereiro e 2 de março do ano passado) contribuiu para evitar até 259 óbitos por Covid-19 nos 60 dias seguintes à medida. Em relação aos casos, foram mais de 3 mil contaminações evitadas em 30 dias, levando-se em conta o ritmo de contágio antes do ‘lockdown’.

Somente no ano passado, cerca de R$ 90 milhões foram investidos pela Prefeitura, com recursos do tesouro municipal, para salvar vidas no enfrentamento da pandemia. A Secretaria de Saúde representou 45% do Orçamento Municipal em 2021, sendo que a Constituição Federal obriga o mínimo de 15%.

Redação

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