Faleceu em Araraquara na quarta-feira, dia 18 de dezembro, aos 91 anos, a senhora Apparecida Jesus de Godoy Aguiar, autora do Hino de Araraquara.
Apesar de nos ensinar muito sobre as belezas e qualidades de nossa Araraquara e até escrever um livro sobre a história da cidade, Apparecida Aguiar não foi professora, como muitos acreditam.
Ela trabalhou no laboratório de análises da Santa Casa, junto com Clara Pechmann — o provedor era Plínio de Carvalho. Trabalhou ainda no laboratório de análises do Dr. Murilo Ramalho.
Casou-se com o Sr. Sebastião Flávio de Aguiar, com quem teve dois filhos, Gislaine e Geusimar.
Sebastião, seu marido, montou a Livraria Acadêmica na cidade, onde atualmente é o banco Bradesco, no Centro. Os alunos do antigo EEBA, que ficava onde hoje é a Casa da Cultura, eram os principais clientes à época.
Apparecida sempre gostou de fazer versos. Estudou no Conservatório Musical Carlos Gomes com a professora dona Marocas. Participou de vários festivais de música na cidade e na região.
Apparecida compôs o Hino de Araraquara em 1971, oficializado em 1972.
Muito religiosa, doou a imagem de Nossa Senhora Imaculada Conceição que está na Igreja do Carmo.
Fez curso de estilista em São Paulo e aperfeiçoamento de Figurinista no Senac de Araraquara. Exerceu a profissão de modista (estilista) de 1968 a 2000 e, nas horas vagas, escrevia.
Foi ainda escritora, lançando o livro “Araraquara, aspectos de História”, em 2003, com capa do artista plástico Ernesto Lia. A pesquisa por documentos históricos de fatos que não eram mais de conhecimento da população demorou alguns anos. Ela doou parte da obra para a Igreja Matriz de São Bento para sua reforma. A própria Apparecida afirmou em uma Sessão Solene em sua homenagem, na Câmara Municipal, que estava preparando outro livro sobre a história da cidade.
Apparecida é uma das fundadoras da Associação dos Escritores de Araraquara, autora do projeto de rege a associação e sua primeira presidenta.
Resumo de um texto escrito por ela mesma quando da homenagem de Diploma de Honra ao Mérito, concedido pela Câmara Municipal e aprovado em 2020, de autoria do vereador Edson Hel. Antes, ela já havia recebido o título de Cidadã Araraquarense, honraria aprovada em 2007, por autoria da vereadora Juliana Damus. Apparecida nasceu em Itirapina (SP).
Primeira gravação do Hino
A primeira gravação do Hino de Araraquara foi feita por Antônio Carlos Rodrigues dos Santos, então diretor artístico da Rádio Cultura, no antigo auditório da emissora, na Avenida Espanha. Pela simplicidade dos recursos técnicos à época, ele colocou a banda da Polícia Militar no auditório e o coral no corredor de acesso ao auditório com um microfone para cada um, para não misturar os sons. A primeira gravação foi feita em uma das primeiras versões do gravador de fita Akai e, depois, colocada em acetatos, discos que eram gravados na própria rádio.