Na última segunda-feira (19), a coordenadora de Políticas Étnico-Raciais e do Centro de Referência Afro “Mestre Jorge”, Alessandra de Cássia Laurindo, foi convidada pela OAB-SP para participar da audiência pública com o tema “A importância da Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra no Brasil e o papel do estado na preservação histórica, cultural e patrimonial de territórios negros”, na sede da Ordem dos Advogados na cidade de São Paulo.
Na oportunidade, a proposta foi levar os experimentos de Araraquara e toda interlocução do poder executivo na construção de políticas públicas após a constituição da Comissão da Verdade sobre a escravidão na cidade. A audiência foi conduzida pela presidente da comissão, Rosana Rufino, com o auxílio da sua 1ª vice-presidente, Lenny de Oliveira.
Alessandra Laurindo e a deputada estadual Thainara Faria compuseram a mesa de debates e falaram dos trabalhos desenvolvidos em Araraquara referentes à recuperação de dados históricos sobre o período da escravização (especialmente a segunda metade do século XIX), abordando as descobertas dos contratos de compra e venda de pessoas escravizadas, presente no livro a “História Comprovada: fatos reais e as dores da escravização araraquarense”.
Alessandra Laurindo avaliou a audiência de forma positiva. “Foi um momento importante para apresentar a história de Araraquara como exemplo a ser seguido no que tange à recuperação da memória e da visibilidade dos escravizados. Os temas apresentados deram luz a necessidade de vislumbrarmos a reparação através de políticas públicas”, apontou.
Também estiveram presentes no evento Thiago Morais Alves, membro da equipe do Centro de Referência Afro “Mestre Jorge”, o vice-presidente da Comissão de Combate à Discriminação Racial da OAB de Araraquara, Dr. Claúdio Claudino, e a Dra. Sandra Mara de Oliveira, advogada e representante da mesma comissão.
Thiago Morais, estudante de administração pública e também representante do Centro de Referência Afro “Mestre Jorge”, também falou sobre o encontro. “O avanço na luta antirracista perpassa pela compreensão da complexidade da violência racial e suas múltiplas facetas. A oportunidade de debater e construir diálogos com a OAB importa em um salto qualitativo de combate ao racismo institucional e demarca o debate sobre a importância do papel do direito e da OAB enquanto instrumentos de luta, pautando a inserção das reivindicações de reparação e ressarcimento”, acrescentou.
Claúdio Claudino, advogado e vice-presidente da Comissão de Comissão de Combate à Discriminação Racial OAB Araraquara, também valorizou o evento. “Entendo que essas audiências públicas de preservação do patrimônio e da ancestralidade são importantes espaços de diálogo e participação da comunidade em discussões relacionadas à preservação cultural, histórica e ambiental, considerando o legado deixado por gerações passadas. Diferentes vozes foram ouvidas e consideradas, gerando um relatório de providências a serem implantadas. Agradeço a diretoria da OAB Araraquara em nome de seu presidente, Dr. Felipe José Maurício de Oliveira, que representou esta subseção junto com a Dra. Sandra Mara de Oliveira”, finalizou.
