Início Araraquara Araraquara teve um final de semana cheio de “Axé”

Araraquara teve um final de semana cheio de “Axé”

Aproximadamente 1.000 pessoas acompanharam os 3 dias de programação do I Encontro de Tambores Ecos de Ngoma

O I Encontro de Tambores Ecos de Ngoma, realizado pela Secretaria Municipal de Cultura e a Fundart, por meio da Coordenadoria Executiva de Cultura, reuniu um público estimado em 1.000 pessoas nos três dias do evento realizado no período de 05 a O7 de agosto.

Concebida pelo coordenador executivo de Cultura, Carlos Fonseca, a proposta do Encontro de Tambores teve por objetivo a valorização das culturas e religiões de matriz africana. “Nomeadamente aquelas que se formam, na valorização da ancestralidade a partir do tambor (Ngoma) enquanto elemento central, com destaque todo especial para as religiões de matriz africana, contextualizas aqui, com total ciência de suas múltiplas tradições e singularidades na forma de trabalhar com o Sagrado, em dois grupos, o Candomblé e a Umbanda. Contamos ainda com a presença forte de manifestações culturais importantes neste contexto, o Maracatu, grupos de capoeira, com rodas, cantigas, ladainhas e apresentação de Maculelê”, conta Fonseca.

A programação gratuita contou com diversas atividades, como: shows musicais, oficinas, cortejo, roda de samba, roda de capoeira e confraternização.

O show do grande artista Sapopemba, músico, ogã e contador de histórias, abriu a programação no Sesc Araraquara, parceiro na programação do I Encontro de Tambores. Sapopemba também ministrou a oficina “Cantigas e toques afros e caboclos” na manhã do sábado, nas dependências do Palacete das Rosas, sede da Secretaria Municipal da Cultura e Fundart.

À tarde do sábado foi marcada por diversas atividades no Palacete das Rosas e na Esplanada das Rosas: a Oficina “Ngomas/Tambores”, com Daniel Antônio; feira com artigos artesanais e industrializados referentes às culturas de matriz africana; Cortejo de Tambores e Roda de Capoeira com a participação do grupo Maracatu Sementes Crioulas, das Oficinas Culturais Municipais e dos grupos de Capoeira: Abadá Capoeira, Pau Brasil, Sol da Liberdade e Geração do Quilombo.

Fonseca lembra que as duas oficinas excederam o número de inscritos. “De manhã, Sapopemba esclarecia a origem e diferença do samba música e da dança samba enquanto passava diversos ritmos para uma plateia encantada. À tarde, Daniel Antônio, ogã e músico profissional, componente do Duo Iorubá, ministrou a outra oficina de Tambores, também lotada. Ambas as oficinas tiveram plateia interessada”, aponta o coordenador.

Segundo o idealizador do Encontro, “enquanto a oficina terminava, ouvia-se o aquecimento do berimbau e de outros atabaques no Paço Municipal com o grupos de capoeiristas formando sua grande roda. Mais ao longo ouvia-se as alfaias e outros tambores mais, tomando a rua no Cortejo do Maracatu Sementes Crioulas, professores e alunos das Oficinas Culturais. Na Esplanada das Rosas ocorria o primeiro momento de um efetivo Encontro de Tambores.”

A programação do sábado encerrou com o belíssimo show musical “Clementina de Jesus: a Voz da África”, com Duo Iourubá, formado por Daniel Antônio e Larissa Pedrosa. O espetáculo homenageou a cantora e partideira de samba Clementina de Jesus e apresentou uma vivência musical e histórico-poética da obra da artista, com uma instrumentação apenas vocal e percussiva e um repertório composto por jongos, vissungos (cantigas de língua africana), pontos das religiões de matriz africana e samba de roda.

“O Duo Iourubá cantou e homenageou Clementina de Jesus num lindo espetáculo músico/poético. Os atabaques, cujos ancestrais dormiam nos terreiros ou nas senzalas, dormiram essa noite no salão nobre do Palacete das Rosas”, observou Fonseca.

Por fim, no domingo, o encerramento do Encontro se concentrou no Quilombo Rosa, no Valle Verde, reunindo aproximadamente 500 pessoas para a Confraternização das Comunidades de Religiões de Matriz Africana e também na atividade “Tambores de Todas as Nações”, com roda de Capoeira e roda de samba.

“Num domingo de uma nítida e poética transição climática, chegavam Babalorixás e Ialorixás com suas vestes sagradas e suntuosas a quem os ventos de Iansã traziam linda movimentação. O Xirê, momento ritualístico do candomblé aconteceu com banho de Doboru (pipoca), afinal, é mês de Obaluaiê e depois foi servido acarejé a todos os presentes, com a e laboração presenteada pelo Pai Silvio e por Mãe Cecília”, contou Fonseca.

Após o Acarajé, foi a vez do povo da Umbanda louvar seus Orixás e seus Guias. Com a presença de sete terreiros diferentes, sete atabaques no palco, a louvação foi conduzida pelo Padrinho José Francisco e contou com os #batuqueirosdearuanda, batuqueiros de outros terreiros com a Madrinha Tatiane puxando muitos pontos com sua voz aveludada.

“Para encerrar, pouco antes da chuva leve de Nanã, novamente o Cortejo do Maracatu Sementes Crioulas, os capoeiristas e as Oficinas Culturais nos presentearam com sua arte alegre e vigorosa”, apontou o coordenador.

Vale destacar que o I Encontro de Tambores Ecos de Ngoma teve o apoio da Coordenadoria de Políticas Étnico-Raciais e da Economia Criativa e Solidária e do Sesc Araraquara.

Redação

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