Por José Augusto Chrispim
Solidariedade e amor ao próximo. Esses são os sentimentos que movem as 54 mães que compõem a “Associação Mães Guerreiras” que atende a 58 crianças especiais em Araraquara de forma voluntária desde 2017.
A reportagem do O Imparcial conversou com a presidente da associação, Roseli de Fátima Santana Silva, que contou que o grupo ‘Mães Guerreiras’ foi criado pela mãezinha Alaíde, em 20 de abril de 2017, com o intuito de unir mães de crianças especiais para que juntas trocassem ideias e informações para se ajudarem, se apoiarem e para que pudessem se unir em prol de algo maior, seus filhos.
Roseli relatou que a associação vive basicamente de doações e ainda não possui sede própria. Outra dificuldade que o grupo enfrenta, de acordo com Roseli, é a falta de reconhecimento do trabalho desenvolvido na associação pela falta de uma assistente social.
Veja a entrevista na íntegra:
O Imparcial: Quando teve início a associação?
Roseli: “O grupo Mães Guerreiras teve início dia 20/04/2017 e foi criado pela mãezinha Alaíde, com o intuito de unir as mães de crianças especiais, para que juntas trocassem ideias e informações para se ajudarem, se apoiarem e para que pudessem se unir em prol de algo maior, seus filhos”.
O Imparcial: De quem partiu a ideia?
Roseli: “Com a convivência, e vendo que sendo apenas um grupo de whatsApp, a nossa união estava fazendo a diferença e estávamos conseguindo ajudar as famílias de alguma forma, aí veio a questão no grupo das Mães e porque não oficializar o nosso trabalho já que nós já estávamos fazendo um trabalho de associação. Foram algumas tentativas, algumas desilusões, dificuldades, mas nosso sonho falou mais alto e no dia 10/08/2020 conseguimos abrir a nossa tão sonhada associação”.
O Imparcial: Quantas mães participam e quais os serviços prestados pela associação?
Roseli: “Hoje temos 54 mães acompanhadas no grupo do WhatsApp e algumas acompanhadas fora do grupo. No momento estamos trabalhando mais com a parte social das famílias e dos especiais, ajudamos com doações de cestas, leite, fraldas, suplementos, que conseguimos com campanhas, doações de amigos e colaboradores que abraçaram nossa causa e têm amor pelos nossos especiais. Temos também nosso bazar, realizamos uma vez a cada 2 meses, para ajudar a manter nossa associação e para alguma emergência das nossas famílias. Mas para realizar o mesmo, precisamos de doação de todos como roupas, sapatos, acessórios, para que possamos vender. Lembro que se alguém tiver algo e queira nos doar, por favor é só entrar em contato com a gente”.
O Imparcial: Quantas crianças são atendidas atualmente?
Roseli: “Hoje, acompanhamos 58 especiais”.
O Imparcial: Caso alguém queira fazer parte da associação, o que deve fazer?
Roseli: “Para fazer parte da nossa família é simples, é só entrar em contato com a secretária e fazer um cadastro que a criança especial e a família já passam a fazer parte da associação na mesma hora. É um cadastro bem simples”.
O Imparcial: Existe alguma atividade programada pela associação?
Roseli: “Temos muitos projetos em mente para ajudar as famílias, mas como não temos sede própria, não conseguimos oferecer muitas oportunidades e ajuda. Nosso projeto mais importante são as festinhas para as crianças, pois como mães sabemos que nossa sociedade ainda não é inclusiva para os Especiais, com isso organizamos anualmente três festas – Páscoa, Dia das Crianças e Natal -, onde reunimos nossas crianças e familiares para que eles possam ter um lazer. Essa é a nossa maior alegria, ver o sorriso no rosto das crianças e de suas mães, mas nossas festinhas dependem muito da ajuda das pessoas, pois como não temos fins lucrativos, não conseguimos custear, então com isso, fazemos campanhas para a arrecadação para podermos proporcionar esse momento de alegria aos nossos especiais.
Temos aí um projeto ganhado no OP da cidade, com a colaboração das mães e amigos, que é a adaptação do Parque Pinheirinho com a piscina e brinquedos adaptados para os Especiais”.
O Imparcial: Quais os maiores desafios e necessidades da associação hoje?
Roseli: “No momento nosso maior desafio está sendo não ter uma sede, pois a falta da mesma tem dificultado muito para que possamos atender melhor as famílias, suas demandas e também para que possamos começar enfim a colocar em prática nossos projetos. Não temos como manter um aluguel para nossa sede, por isso estamos à espera de alguém que tenha um salão, um espaço que possa nos doar (sem cobrar aluguel), para que possamos melhorar nosso trabalho”.
O Imparcial: A associação recebe algum apoio do poder público ou de empresas? Como se mantém?
Roseli: “Não temos ajuda do poder público e nem de empresas, apenas de amigos, algumas associações e entidades que nos apoiam. Por esse motivo precisamos de sócios que abracem nossa causa e nos ajudem a não deixar nosso sonho morrer, esse é outro ponto muito importante para nós, conseguirmos parcerias que nos apoiem e nos ajudem a levar nossa associação em frente”.
O Imparcial: A associação aceita alguma forma de ajuda? Como deve ser feito o contato?
Roseli: “Sim ela aceita ajuda principalmente na parte de cestas de alimentos, produtos de limpeza e higiene, leite integral, desnatado e zero lactose. A grande parte das doações que recebemos vem de entidades, pessoas físicas, algumas associações e alguns centros que abraçaram nossa causa e têm muito amor pelos nossos especiais.
Para entrar em contato com a associação é só ligar no fone: (16) 997422994 (WhatsApp) ou pelo nosso e-mail: oficial.associacaomg@gmail.com”.
Seja um parceiro
“Temos muitas dificuldades por não ter uma sede e uma assistente social para que o nosso trabalho seja reconhecido, por isso, fica o apelo para se alguma assistente social quiser abraçar nossa causa, seremos muito gratos.
Precisamos muito da ajuda e colaboração de todos para conseguir levar adiante nossa associação, por isso quem tiver interesse de ser um padrinho amigo, um sócio, nos procure, pois sozinhas não conseguiremos seguir em frente por muito tempo. Já são quase 5 anos de luta, só temos que agradecer primeiramente a Deus e a todos nossos amigos e colaboradores, que acreditaram no nosso sonho e no nosso trabalho e nunca nos desampararam”, finalizou a presidente da associação.