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Autorização para concurso da Polícia Civil de SP às vésperas da eleição é medida eleitoreira, segundo ADPESP

Preenchimento dos cargos vagos é necessário, mas iniciativas que mantenham policiais na Instituição são ainda mais urgentes

A Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP) classifica a autorização para provimento de 3.500 cargos da Polícia Civil paulista, publicada nesta sexta-feira, 9, no Diário Oficial do Estado, como um passo importante para a reposição do déficit de 15 mil policiais na Instituição. Entretanto, realizar o anúncio no período de campanha ao governo estadual denota um caráter puramente eleitoreiro. Cabe relembrar que na atual gestão, cerca de dois policiais civis deixaram a carreira por dia, de acordo com levantamento realizado pela ADPESP via Lei de Acesso à Informação.

A realização de concursos é cada vez mais necessária, mas deve vir acompanhada de iniciativas que mantenham os policiais na Instituição, como salário digno, formação de excelência e condições de trabalho mais humanas. Conter a evasão recorde na Polícia Civil é urgente!

Há anos, a ADPESP vem alertando sobre o abandono enfrentado pela Polícia Civil: piores salários do país, sobreaviso ininterrupto de até 30 dias, estrutura de trabalho precária em muitas cidades, inexistência de auxílio ou plano de saúde aos policiais, mesmo com números alarmantes de suicídios, falta de perspectiva para promoções, entre outros tantos problemas. Esse grave cenário se torna um terreno fértil para a insatisfação dos policiais, que migram para outros estados ou carreiras.

É inconcebível a letargia dos concursos para a Polícia Civil paulista. Em média, os certames demoram cerca de três anos entre a aplicação da prova e a efetiva convocação para a posse e início da formação. A fim de escancarar esse problema, e buscar uma solução realmente eficaz para redução do déficit de policiais civis, a ADPESP passará a informar cada etapa do concurso em questão, da autorização até a conclusão do curso de formação.

A ADPESP espera que o monitoramento contribua para trazer a verdade à tona, revelando a política de desmonte da Polícia Civil do estado de São Paulo e impedindo que o marketing eleitoreiro se sobreponha aos interesses da sociedade. A população é merecedora de uma instituição policial forte, de estado, independente e valorizada!

Concurso

O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, autorizou o preenchimento de 3.500 vagas na Polícia Civil de São Paulo. Os salários iniciais podem chegar a R$12 mil. O aval foi publicado no Diário Oficial desta sexta-feira, 9. 

As oportunidades serão distribuídas pelas seguintes carreiras:

  • Delegado: 552 vagas;
  • Médico Legista: 116 vagas;
  • Perito Criminal: 249 vagas;
  • Investigador de Polícia: 1.250 vagas;
  • Escrivão de Polícia: 1.333 vagas.

Os cargos de delegado, médico legista, investigador e escrivão têm concurso PC SP em andamento. Já para perito criminal não há concurso válido. Dessa forma, para preencher as vagas será necessária a publicação de um novo edital.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, parte das contratações serão mediante ampliação das vagas nos concursos em andamento e parte em seleções novas. 

Caberá às secretarias de Governo e de Orçamento e Gestão deliberarem sobre a distribuição dos quantitativos.

Redação

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