Esperança e gratidão são os sentimentos que envolvem a família da bebê Jéssica e da equipe da Maternidade Gota de Leite de Araraquara (Fungota). O mês de agosto, cheio de festa e celebração, marcou também o início de uma nova fase nas vidas das pessoas que fazem parte desta bela história de luta pela sobrevivência.
Jéssica nasceu no dia 10 de agosto de 2017, pequena, com 28 semanas, pouco mais de 1 quilo e 36 centímetros. Mas se enganava quem a via como uma bebezinha frágil. Ela veio forte ao mundo e já nos primeiros momentos teve que começar a brigar pela vida.
Joice Oliveira Vieira, a mãe, uma estudante de 18 anos, conta que, quando chegou ao hospital sentindo muitas dores, nem sabia que estava grávida. Depois da surpresa do diagnóstico, ela foi rapidamente transferida para a Gota de Leite e lá começou a receber os primeiros cuidados.
“Apesar dos medicamentos que recebi para adiar o parto o máximo possível, ela nasceu prematura, de parto normal. Eu só escutei ela chorar e depois não a vi mais, porque ela foi levada para a UTI Neonatal. Horas depois me chamaram para que eu pudesse ver meu bebê. Achei tão pequena, tão frágil, e foi ali que começou a nossa luta. Ela ficou uns dias bem, mas na ventilação mecânica e também teve que fazer várias transfusões de sangue por conta da anemia. No dia 20, fui informada que ela teria que fazer uma cirurgia do coração. Fomos para Ribeirão Preto no dia 1 de setembro e no início da tarde ela entrou na cirurgia. Foi talvez o momento mais difícil pra mim, até então. Foi tudo bem e nós voltamos dia 7 para a Gota, onde ela chegou debilitada e passou vários dias seguintes lutando pela sobrevivência. Nesse período, pelo menos até fevereiro deste ano, foram várias intercorrências. Demorou, mas ela foi evoluindo com o tempo e com a dedicação dos médicos e enfermeiras da Gota. Amor nunca faltou. No dia do aniversário de um ano da Jéssica, no dia 10, ela respirava sem nenhum aparelho. E no dia 16 de agosto recebemos a melhor notícia: iríamos embora. Hoje ela está em casa, com sua família. A Jéssica é o meu milagre, minha vitória. E ela nunca parou de lutar”, relatou a mãe da bebê. “Foi um ano muito difícil, cansativo, mas sempre contei com o apoio das meninas da Gota, dos doutores e da diretoria. Desde as moças da limpeza até o pessoal da diretoria, cada um participou e ajudou do seu modo. O atendimento foi maravilhoso, não tenho nada o que reclamar, só a agradecer, de coração, por tudo que fizeram por mim e pela Jéssica”, resumiu.
Uma das médicas que acompanharam a bebê nesta batalha foi a Dra. Danusa Dos Santos Junqueira que, mesmo depois da alta de Jéssica, continuou recebendo notícias e fotos da menina. A médica recorda os períodos mais críticos.
“Jéssica era uma paciente bem grave quando nasceu. Mas, apesar de todos os problemas, ela sempre respondeu muito bem a todos os tratamentos a que foi submetida e, por traz de tudo isso, a família sempre esteve presente e muito tranquila, mesmo com toda gravidade do quadro. A mãe, mesmo jovem, foi amadurecendo todo esse tempo e esteve presente diariamente, ao longo desse ano. Ela foi nos passando muita segurança e fortalecendo nossa relação com a família”, relata a médica, comemorando o fato da bebê estar em casa, bem e praticamente sem limitações, por tudo que viveu. Dra. Danusa informa que Jéssica conta com o atendimento no ambulatório pós-alta para prematuros, o Cedip, com todos especialistas necessários para ter uma qualidade de vida cada vez melhor.
“A família sempre conviveu muito bem com todos os funcionários da unidade e nunca questionou nenhum tipo de conduta médica. Isso foi muito importante da evolução da menina”, avalia a pediatra.
E como não poderia ser diferente, o primeiro aniversário da bebê foi motivo de comemoração. A equipe da Gota e a família se uniram e organizaram uma festa completa para Jéssica na maternidade, com direito a decoração de princesa.
Uma semana após o aniversário, Jéssica teve alta hospitalar. Ela foi embora bem e feliz.
Hoje, em casa com a filha, Joice faz questão de ressaltar todo o cuidado e carinho que ela e a filha receberam na maternidade. “Eu não teria como agradecer tudo que nos fizeram, mas sou grata à Dra. Danusa, Dr. Mário, Dra. Joyce, as enfermeiras, todos os funcionários e todos que, de alguma forma, participaram dessa batalha da Jéssica pela sobrevivência”, concluiu Joice, em nome de toda a família.
Na Gota de Leite, mais uma vez, ficou a certeza da missão cumprida.