Candidato do PSL à Presidência da República também afirmou que não pode ‘virar o Jairzinho paz e amor’ nesta etapa da campanha
O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, concedeu entrevista à Rádio Jovem Pam, nesta segunda-feira (8), após o resultado da apuração das urnas decretar segundo turno entre ele e Fernando Haddad (PT).
A votação ocorrerá no próximo dia 28. Segundo apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o militar alcançou 46,03% dos votos, enquanto o ex-prefeito de São Paulo ficou com 29,28% da preferência do eleitorado.
Questionado sobre as estratégias para a segunda etapa da campanha, ele disse que manterá a postura adotada ao longo da sua vida política. “Olha só, eu não posso virar o Jairzinho paz e amor e me violentar. Eu tenho que continuar sendo a mesma pessoa”, disse.
Bolsonaro também reafirmou que foi mal interpretado em algumas colocações que fez. “Eu fiz uma brincadeira e me dei mal. […] É brincadeira que se faz. E eu não faço mais essas brincadeiras porque levaram para maldade, como se eu fosse inimigo das mulheres”.
Sobre as causas da comunidade LGBTI, o candidato voltou a falar que a família é a união entre homem e mulher, de acordo com a Constituição. “A questão de família está na Constituição que para efeito de proteção do estado, é reconhecida a união estável entre homem e a mulher, devendo o próprio estado facilitar a conversão em casamento. Eu não quero entrar nessa briga LGBT, cada um vai ser feliz da maneira que bem entender. Agora, eu não posso admitir você levar para criancinha de seis sete anos de idade a questão da ideologia de gênero”, disse.
Conforme o portal G1, o militar destacou, ainda, que gays não têm superpoderes e que maioria vota com ele. “Nós não podemos achar que os gays podem ter superpoderes. E digo mais: a maioria dos gays vota comigo”, afirmou.
Curitiba: Haddad só cita Lula uma vez e concede entrevista longe da PF
Candidato passou cerca de duas horas reunido com ex-presidente, mas não quis detalhar a conversa
Em sua primeira entrevista coletiva após o primeiro turno, o candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, reduziu as menções ao ex-presidente Lula, e fez um aceno aos candidatos derrotados nas urnas nesta segunda (8).
Haddad foi a Curitiba pela manhã para visitar Lula na Polícia Federal, onde ele cumpre pena por corrupção – mas deu entrevista em um hotel no centro da cidade, e não na frente da prisão, como sempre faz.
Ele passou cerca de duas horas reunido com Lula, mas não quis detalhar a conversa, nem dizer qual a análise que o ex-presidente fez do resultado eleitoral.
O petista também não quis responder se voltará a visitar Lula em Curitiba, e só mencionou o ex-presidente uma vez, ao longo de 18 minutos de entrevista, ao dizer que mantém uma “longa amizade” com Ciro Gomes (PDT), “desde o primeiro governo Lula”.
Setores do PT defendem que o ex-prefeito de São Paulo reduza as menções a Lula e passe a conduzir a candidatura, que ele assumiu em meados de setembro.
Para Haddad, sua ida ao segundo turno, com 29% dos votos, foi “um feito”.
Ele disse que pretende defender um projeto de “desenvolvimento com inclusão social”, e destacou a “defesa do estado de bem-estar social” como uma das principais diferenças entre a sua candidatura e a de Jair Bolsonaro (PSL).
“O neoliberalismo que ele [Bolsonaro] propõe vai agravar a crise; já não deu certo na Argentina e não vai fortalecer o poder de compra do trabalhador”, disse.
Ele ainda criticou a flexibilização do porte de armas, como propõe Bolsonaro, e disse que a proposta provocaria “mais mortes e mais lucro para quem produz armas, mas não vai resultar em segurança”.
Por fim, voltou a acenar a candidatos derrotados no primeiro turno, e citou nominalmente Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Henrique Meirelles (MDB), prometendo “conversar com as forças democráticas do país”.
“É assim que se faz democracia; no diálogo, buscando convergências e consensos”, declarou. Com informações da Folhapress.