Cachorros e gatos estão presentes em grande parte dos lares brasileiros. São 52,2 milhões de cães e 22,1 milhões de felinos, de acordo com levantamento realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2013.
Além deles, outros bichos também conquistaram o coração dos brasileiros: são 37,9 milhões de aves, 18 milhões de peixes e 2,21 milhões de outros pequenos animais, totalizando uma população de 132,4 milhões de pets.
Apesar dos cães ainda serem preferência nacional, algumas pessoas encontram o carinho que tanto desejam não em pelos, mas em penas. É o caso da estudante de medicina veterinária Ritchelly Santana, 22, que é tutora de quatro cães, mas também da calopsita Piu.
“Sempre tive vontade de ter um animalzinho diferente, até que minha mãe me deu ele de presente no Natal de 2014”, conta. Ela também brinca sobre as habilidades de fala do passarinho. “As aves são mais sensíveis, mas o diferencial é que os quatro sabem latir. Ele também fala ‘piu, mamãe, piu’ e faz barulhos como se estivesse mandando beijos. Me derreto toda”.
As calopsitas são aves naturais da Austrália, uma espécie descoberta em 1792. Esses bichos chegam a viver até 14 anos na natureza, além de pesarem cerca de 90 gramas e medirem por volta de 33 centímetros. Ritchelly toma cuidados especiais para que Piu se mantenha sempre saudável.
“Eu preciso sempre aparar as asas dele, observar se o bico está do tamanho certo, pois disso depende sua alimentação, e tomar muito cuidado com o frio, porque essa espécie é fácil de pegar pneumonia”, relata.
No caso de Letícia da Silva, 19, quem preenche os seus dias é a ‘porquinha’ Baby. O animal era o menor de seus irmãos e foi rejeitada pela mãe ao nascer, momento no qual a tutora se apaixonou pelo bicho.
“Ela tem seu estilo próprio. É carinhosa e sabe fazer a diferença quando quer alguma coisa. Vejo na Baby algo especial”, é só elogios a ‘mamãe’. “Percebo que ela me ouve, me obedece e me entende. A baby é como qualquer pet: chora por leite, brinca, corre, pula, faz manhas e até passeia de coleira na rua”.
Apesar do estigma de imundos, Letícia garante que Baby é limpa e educada. “Todos pensam que os porcos são sujos e fedorentos, mas só quem tem contato direto com essa espécie consegue notar que eles são limpos e dóceis, tanto quanto cães e gatos”, garante. “A Baby usa hidratantes corporais, toma banhos frequentes e foi muito fácil ensinar questões de higiene”.
Já a artesã Daniele Colombo, 34, adotou sua companheira de forma inesperada, para salvar a coelha Tutu do destino de virar alimento.
“Adotei minha Tutu para salvá-la do abate para consumo, prática da qual sou contra, assim como os testes laboratoriais em animais”, afirma. “Coelhos são dóceis, divertidos e atenciosos. Eles são carentes, precisam de uma abordagem sutil e, em troca, procuram o dono, saltitando e dando mordiscadinhas nos seus pés”.
A dona, após alguns anos de experiência com Tutu, alerta que esses animais precisam de um ambiente muito calmo para serem felizes, portanto podem não se dar bem em lares com crianças.
“Coelhos odeiam barulho e sua vida é facilitada em um lar calmo”, diz. Daniele também alerta para o cuidado com o impulso desses animais por roer. “Eles amam roer tudo, portanto a casa precisa estar preparada para receber um coelho”.
Fios energizados, pequenos objetos, chinelos, controles remotos… Tudo deve ser protegido para que os ‘orelhudos’ estejam seguros. No lugar, produtos próprios e madeiras devem ser oferecidos para suprir a necessidade de mastigação.
Já pensou em ter um pet “diferente”? Responsabilidade é tudo!
Fonte: O Jornal de Piracicaba