Desde o início da década de 2010, a Câmara Municipal tem sido palco de diversas reuniões visando à efetivação do pedido de tombamento de bens da antiga Usina Tamoio. Diante de informações de paralisação do processo, o presidente do Poder Legislativo, Aluisio Boi (MDB), protocolou o Requerimento nº 616/2021, endereçado à Prefeitura, no dia 05 de julho. Em resposta datada de 26 de julho, foi informado da cobrança feita pelo Executivo junto à empresa Raízen para cumprimento do Termo de Compromisso firmado entre ambos, no ano de 2018.
Sobre os questionamentos levantados pelo parlamentar, o Coordenador Executivo de Acervos e Patrimônio Histórico, Weber Anselmo Fonseca, informou que o processo de tombamento foi iniciado em 2014, sendo que, em 2018, Município e empresa Raízen Energia S/A assinaram um termo de compromisso como instrumento de preservação. Uma das cláusulas deste termo previa que, ao longo de 15 anos, a Raízen se comprometeria a promover ações de preservação nos seguintes bens: Igreja de São Pedro “Usina Tamoio”, duas casas da colônia, Estádio “Comendador Freitas”, incluindo arquibancada, tribunas e monumento de entrada, além da Praça e Obelisco da Usina Tamoio.
No entanto, diante de informações sobre a paralisação dos serviços, no dia 07 de julho, a Prefeitura protocolou ofício dirigido à Procuradora Geral do Município, cobrando providências. No documento, é citado um e-mail de autoria da advogada da Raízen, Simone da Silva Betim, em que se admite a interrupção temporária das obras de manutenção devido às restrições e altas de preços provocadas pela pandemia de Covid-19. No mesmo e-mail, de 17 de maio, a empresa afirma que as obras de manutenção tinham sido retomadas e deveriam ser finalizadas até o início do mês de setembro de 2021.
Para Boi, é preciso, de fato, conciliar esforços para efetivação da preservação dos bens da antiga Usina Tamoio. “É fundamental que estes locais tenham a atenção devida, diante de tudo o que representam para a vida das famílias que lá residiram e para a história da nossa cidade”, pontua.
Usina Tamoio
A Usina Tamoio entrou em funcionamento em 1905, primeiramente com o nome de Engenho Fortaleza, e, anos depois, chegou a abrigar 10 mil trabalhadores, moradores de suas colônias, divididos entre agricultura e industrialização, com quase 1.500 casas. A usina chegou a bater recorde continental de produção de açúcar e foi considerada a maior indústria sucroalcooleira do País e da América do Sul.