A Associação de Pais e Amigos dos Autistas de Araraquara (Ampara), com o apoio da Prefeitura de Araraquara, através da Assessoria de Políticas para Pessoa com Deficiência da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Participação Popular e o Centro de Referência do Autismo “Aldo Pavão Júnior”, realizará no dia 2 de abril, domingo, a caminhada “Mais informação, menos preconceito”, celebrando o Dia Mundial da Conscientização do Autismo.
A data foi estabelecida mundialmente em 2007, com o objetivo de difundir informações para a população sobre o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e assim reduzir a discriminação e o preconceito que cercam as pessoas afetadas pelo transtorno. A caminhada acontece em nosso município desde 2017. Nos anos de 2020 e 2021, não foi realizada por conta da pandemia de Covid-19, mas a conscientização sobre a importância da data foi feita através das redes sociais.
De acordo com os organizadores da edição 2023, a caminhada terá início no Paço Municipal, às 8 horas, seguindo pela Rua Nove de Julho (Rua 2) sentido Parque Infantil, onde serão realizadas atividades de recreação.
O Assessor de Políticas para Pessoa com Deficiência, Fernando Supesche, um dos organizadores do evento, destaca que a caminhada fará sentido contrário neste ano em relação aos anos anteriores. “Estamos organizando a concentração e saída do Paço Municipal e a chegada no Parque Infantil, subindo pela Rua 2. Na chegada, teremos atividades recreativas no Parque Infantil, com pula-pula para as crianças, distribuição de pipoca e algodão doce”, informa. “Essas ações realizadas em um espaço público são fundamentais para dar mais visibilidade ao tema, reduzindo o preconceito e a falta de informação sobre o autismo”, enfatiza ele.
Samantha Matioli, da Ampara, que também participa da organização da caminhada do dia 2 de abril, destaca o evento como forma de combater a falta de informação, de promover a inclusão e de reivindicar mais compreensão, amor e humanização.
“Para nós que somos mães, pais e familiares de crianças autistas, a luta pela inclusão é diária, em todos os ambientes. Muitas pessoas, por desconhecimento, não diferenciam uma crise da criança autista de uma birra”, contextualiza ela. “E para os pais em geral, essa troca de informação sobre o autismo também pode ser muito importante; existem algumas situações que podem ser observadas no dia a dia da criança e auxiliar na identificação do autismo o mais precocemente possível, como a questão da ausência da fala ou a comunicação com poucas palavras, a seletividade de alimentos, a coordenação motora. São coisas que às vezes passam despercebidas, mas é importante se ter conhecimento para conseguir identificar o autismo, que a cada dia tem mais casos diagnosticados. As crianças autistas estão aí e são maravilhosas, lógico que têm os seus dias mais difíceis, como todo ser humano. A informação é fundamental e é por isso que essa caminhada é tão relevante nas nossas vidas”, defende Samantha.
Também para Karina Maia, coordenadora do Centro de Referência do Autismo, com o tema “Mais informação, menos preconceito”, a caminhada de conscientização pelo autismo assume uma importância ainda maior, disseminando informação e conhecimento sobre o autismo para combater o preconceito e a exclusão social.
“É essencial que as pessoas entendam que o autismo é uma condição complexa. Infelizmente, muitas pessoas ainda têm preconceitos e ideias errôneas sobre o autismo, o que pode levar à discriminação e à exclusão social. A caminhada de conscientização pelo autismo pode ajudar a derrubar essas barreiras com informações precisas e a promoção de uma maior compreensão e aceitação da diversidade humana”, afirma ela. “Ao participar dessa caminhada, evento realizado mundialmente, todos estaremos unidos a uma comunidade global que busca construir um mundo mais inclusivo e acolhedor para as pessoas com autismo. Você está mostrando seu compromisso em aprender mais sobre o autismo e em apoiar as pessoas com essa condição em suas vidas diárias, mesmo que não tenha contato diretamente com uma pessoa autista ou alguém da família nessa condição. Juntos, podemos construir uma sociedade mais inclusiva e respeitosa para todos”, defende Karina.
Como todos os anos, a organização do evento pede que os participantes se vistam de branco ou com o azul, que é a cor que simboliza a data, pois o autismo é mais comum em meninos.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a estimativa é de que 70 milhões de pessoas convivam com autismo em todo o mundo, sendo 2 milhões somente no Brasil. O transtorno é caracterizado por dificuldades na socialização, na comunicação e no comportamento. As causas do autismo são desconhecidas e não existe cura, mas, quando diagnosticado precocemente, existem mais chances de melhora do quadro e do desenvolvimento da criança.
Ainda para marcar o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, será realizado no dia 4 de abril o I Simpósio Municipal “A mudança começa pela inclusão! – Transtorno do Espectro Autista, Políticas Públicas de Atendimento e Garantia de Direito”, cujas inscrições já foram encerradas. O evento, que vai ocorrer no Anfiteatro B da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp Araraquara (FCLAr/Unesp), é uma realização da Prefeitura de Araraquara, por meio do Centro Municipal de Referência do Autismo “Aldo Pavão Júnior” e a Escola de Governo do Município de Araraquara, em parceria com a Unesp.
Ações da Prefeitura
O município de Araraquara conta com o Centro de Referência do Autismo “Aldo Pavão Júnior” desde 2020, quando foi inaugurado pela Prefeitura como um dos primeiros centros de referência do autismo públicos do estado de São Paulo. Sua proposta é assegurar um novo modelo para atendimento integrado e multidisciplinar aos autistas de Araraquara e da microrregião. A unidade especializada foi um compromisso firmado com entidades ligadas ao tema. É resultado do projeto elaborado pelo grupo de trabalho instituído pelo prefeito Edinho em abril de 2017, reunindo representantes das secretarias municipais de Saúde, Assistência e Desenvolvimento Social, Educação, e Planejamento e Participação Popular, além da sociedade civil organizada.
Além disso, Araraquara também é pioneira na iniciativa de criar, em abril de 2021, a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo, que visa garantir atenção integral, pronto atendimento e prioridade no acolhimento e no acesso aos serviços públicos e privados, em especial nas áreas de saúde, educação e assistência social.
E, em 2022, a Prefeitura lançou também a cartilha “Autismo e Isolamento Durante a Pandemia”, elaborada pela Coordenadoria de Direitos Humanos em parceria com o Centro Municipal de Referência do Autismo, com o objetivo de oferecer subsídios às famílias das crianças com TEA no período de isolamento social, buscando instrumentalizar as famílias para que elas consigam implementar uma rotina de atividades terapêuticas dentro de casa.
