Esta terça-feira, 7 de setembro, promete ser marcada por diversos protestos pelo país à fora e, em Araraquara, grupos já se organizam tanto em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), como contra ele e a favor do Supremo Tribunal Federal (STF).
Uma das categorias que prometem se mobilizar neste feriado que comemora a Independência do Brasil é a dos caminhoneiros. Através de troca de mensagens pelo Whatsapp, caminhoneiros estariam planejando uma greve à partir das 7h da manhã do feriado, com uma concentração de caminhões na região do Posto Morada do Sol, que fica às margens da Rodovia Washington Luís (SP-310), em Araraquara.
“Trancar a rodovia”
Em áudios que a reportagem teve acesso, um suposto líder dos caminhoneiros de Araraquara, chama a categoria para uma paralização de 72 horas, a princípio. De acordo com um dos áudios, cerca de 60 caminhoneiros já teriam confirmado a presença e a ordem seria para ‘trancar’ a rodovia no sentido Norte/Sul para evitar a passagem de caminhões, apenas ônibus e veículos leves estariam liberados para seguirem viagem.
A reportagem de O Imparcial conversou com o gerente do Posto Morada do Sol que disse ter recebido a informação da possível paralisação, mas que não teria autorizado que os caminhões usassem o pátio do estabelecimento. “Eu fiquei sabendo da possível paralisação, mas quero ressaltar que os caminhões devem ficar às margens da rodovia e não no pátio do posto, como ocorreu em 2018”, disse o gerente.
Movimento pelo Brasil
Embora os atos não tenham o apoio oficial das representações da categoria, caminhoneiros se organizam para comparecer a manifestação em Brasília no feriado do Sete de Setembro. Em um vídeo que circula nas redes sociais e em grupos bolsonaristas, o caminhoneiro Marinaldo Machado, parceiro de Marcos Antônio Pereira, conhecido como “Zé Trovão”, aliado do presidente Jair Bolsonaro, e também conhecido por desafiar o Supremo Tribunal Federal (STF), informa que no feriado da Independência haverá uma paralisação em todas as rodovias. De acordo com Marinaldo, o ato começará às 18h.
Segundo ele, apenas viaturas de polícia, corpo de bombeiros, caravanas, caminhões com cargas perecíveis ou com oxigênio terão o tráfego liberado durante o ato. “No dia sete de setembro será dado o segundo grito de liberdade dos brasileiros. Nós que estaremos lutando contra a exoneração dos 11 ministros e também da contagem pública de 100% das urnas em todo território nacional”, diz Marinaldo no vídeo.
Entidades de caminhoneiros autônomos não apoiam atos
As mobilizações programadas para 7 de setembro a favor do governo federal, em algumas cidades do país, não vão contar com o apoio de entidades que representam os caminhoneiros autônomos. No Rio Grande do Sul, a Federação dos Caminhoneiros Autônomos (Fecam-RS) garante que os atos previstos para o feriado têm “viés cívico e político” e não apresentam qualquer reivindicação em defesa da categoria. O Ministério da Infraestrutura também descartou que haja algum tipo de paralisação dos transportadores
Em reunião realizada pela Confederação Nacional dos Caminhoneiros e Transportadores Autônomos de Bens e Cargas (Conftac) – que reúne 34 sindicatos em todo país -, os participantes decidiram que nenhuma entidade representativa da categoria vai apoiar qualquer manifestação. Conforme André Luís Costa, que preside a Fecam-RS e Conftac, a pauta das manifestações já mudou “de configuração” várias vezes.
Na avaliação de Costa, o caminhoneiro já está cansado de “virar barricada de trincheira”‘ ou “soldado que vai pra guerra sem munição”. O dirigente explica que as manifestações não têm nenhum correlação direta às pautas dos caminhoneiros. “Essa movimentação está dando o ar de ser mais cívica e política do que propriamente a defesa de algum interesse mais específico. Portanto, oficialmente, as entidades não participam, não apoiam e nem desapoiam”, afirma.
Foto: Arquivo/O Imparcial