Início Araraquara Centro de Ressocialização Masculino de Araraquara completa 23 anos

Centro de Ressocialização Masculino de Araraquara completa 23 anos

Unidade visa humanização da pena e aposta em trabalho, educação, família e religião como ferramentas de reinserção social

Por José Augusto Chrispim

O Centro de Ressocialização (CR) Masculino de Araraquara completa 23 anos de sua criação no próximo dia 18 de dezembro. Na última terça-feira (3), foi realizado um evento em comemoração à data organizado pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), por meio da Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Noroeste do Estado, que contou com a presença de várias autoridades como o coordenador de unidade prisional da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), Jean Ulisses Campos Carlucci (Região Noroeste); a superintendente da Funap, coronel PM Eunice Godilho; o Juiz de Direito José Roberto Bernardi Liberal; o Defensor Público, Rafael Rodrigues Veloso; o vereador e presidente da Câmara Municipal, Paulo Landim, e o vereador e vice-presidente da Câmara, Aluisio Boi, além de membros da sociedade civil.

Segundo o diretor da Unidade, Otácio Manoel da Trindade Filho, o Centro de Ressocialização de Araraquara foi inaugurado com o objetivo de, além de salvaguardar e cumprir a Lei de Execução Penal, promover condições favoráveis no processo de reintegração social do homem preso. Em mais de 20 anos de história, a unidade prisional mantém a proposta de humanização da pena e aposta em quatro pilares fundamentais como forma de reinserção do indivíduo preso: família, trabalho, religião e estudo.

Trabalho

O estabelecimento penal abriga atualmente 218 presos, entre os regimes fechado e semiaberto. Deste total, 180 trabalham em várias secretarias municipais, através de uma parceria com a prefeitura de Araraquara, além de empresas parceiras como uma fábrica de cigarros de palha, uma fábrica de blocos de concreto e uma empresa que realiza zeladoria urbana.

Capacitação

No total, 76 reeducandos estudam na unidade atualmente. Os cursos oferecidos pela Fundação “Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel” (Funap), vão desde o ensino fundamental e o ensino médio, que são realizados por educadores da Escola Estadual Victor Lacorte, até cursos profissionalizantes que visão capacitar os estudantes para a reinserção no mercado de trabalho quando ganharem a liberdade.

Outro diferencial foi o curso superior que recentemente formou sua primeira turma em ‘Ensino Superior à Distância de Tecnólogo em Logística’, realizado através de um convênio com a Faculdade UniLins. Dos 15 alunos matriculados, oito se formaram.

Durante o evento de comemoração do aniversário da unidade, 118 reeducandos receberam os diplomas de conclusão de cursos de capacitação como o de eletricista e na área de culinária.

Retorno ao trabalho

O reeducando Danilo Rodrigo Andreata, de 42 anos, que cumpre pena na unidade há 2 anos pelo crime de tráfico de drogas, relatou à reportagem de O Imparcial que seu maior desejo é terminar a sua pena para poder voltar a trabalhar na área de Logística. Ele conta que é formado em Administração Financeira e sempre trabalhou na área de Logística, porém, acabou cometendo um crime e está pagando por seu erro. “Eu tenho esposa e um filho, de 13 anos, que moram em Sertãozinho. É para lá que eu vou voltar quando sair daqui, onde tenho todo o apoio necessário, inclusive psicológico, para um retorno positivo para a minha vida em sociedade. Aqui eu sou monitor dos cursos da Funap e participo de várias atividades do Instituto Sou da Paz que me ajudam a combater a ansiedade e me preparam para a volta à liberdade. Essa unidade tem um diferencial muito positivo que nos ajuda a termos condições de nos ressocializar com formação educacional, oportunidade de trabalhar para ajudar a minha família e fazer uma capacitação. O meu maior desejo é poder voltar a trabalhar na área de Logística quando sair daqui”, relatou Danilo.

Ressocialização

O diretor do CR, Otácio Manoel da Trindade Filho, que está na Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) há mais de 30 anos, falou sobre a importância do trabalho realizado na unidade por toda a equipe de servidores. “Eu quero destacar que sem meu corpo funcional nada disso seria possível. Existe aqui um grande comprometimento de todos os envolvidos para que possamos dar condições para que vocês saiam daqui melhores do que quando entraram nessa unidade prisional. Acho que você tem que sair daquela caixinha pequena que você entrou quando cometeu um crime e abrir a mente para ver que tem pessoas preocupadas com vocês para que voltem para suas famílias melhores do que quando entraram aqui”, destacou o diretor do CR.

Redação

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