O valor médio da cesta básica araraquarense começou 2022 com alta de 1,17%. Referentes à janeiro, os dados são da pesquisa mensal do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara, que verificou que o custo médio dos produtos, que em dezembro de 2021 era de R$ 834,87, passou para R$ 844,62 no primeiro mês do ano.
Os produtos que mais subiram no período foram: batata (36,1%), cebola (13,8%), farinha de mandioca (10,4%), carne de primeira – contrafilé (10,2%) e salsicha avulsa (4,2%). Já as maiores quedas foram encontradas no ovo branco (-10,3%), no alho (-9,4%), no frango congelado (-6,9%), no arroz branco (-5,6%) e no sabão em pó (-4,8%).
Em relação aos grupos de produtos, a análise mostra que os itens de alimentação apresentaram alta de 1,67%, os produtos de higiene pessoal subiram 0,45% e os de limpeza doméstica – único grupo a cair – apresentou redução de 3,89%.
Para Icaro Zancheta, pesquisador do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara, os problemas climáticos continuam sendo os vilões. “A maior alta percentual em janeiro de 2022 foi do preço da batata. Essa elevação está diretamente ligada ao clima, especialmente às chuvas, que afetaram a produtividade e atrasaram a colheita.”
Já o aumento que mais impacta o bolso do consumidor é o da carne de primeira – contrafilé, que elevou em R$15,50 o custo da cesta básica analisada pela pesquisa.
A variação acumulada em 12 meses foi de 7,69% e os produtos que mais subiram de preço nesse período foram o café torrado moído (81,2%), o açúcar refinado (49,6%) e a margarina vegetal (30,5%). Em contrapartida, os itens que ficaram mais baratos foram: batata (-22,7%), arroz branco (-21,9%), e queijo muçarela (-16,6%).
Inflação e salário mínimo
Avaliando a inflação acumulada desde janeiro de 2020, a cesta básica monitorada pela pesquisa atingiu alta de 35,11% em janeiro de 2022. O grupo de alimentação está 38,58% mais caro, os itens de higiene pessoal subiram 20,96%, e os produtos de limpeza doméstica também aumentaram 19%.
Zancheta aponta equivalência nos cenários nacional e municipal. “A avaliação de pesquisas semelhantes e com abrangência nacional revela certas correspondências entre o que observamos em Araraquara e o que é notado em outras regiões do país.”
No que se refere ao salário mínimo, o custo médio da cesta básica em Araraquara representa 69,7% do valor atual. O resultado é 6,21 ponto percentual abaixo do registrado no mês anterior, de 75,9%, e 1,61 ponto percentual abaixo do registrado no mesmo mês do ano anterior, ou seja, em janeiro de 2021, quando o valor da cesta básica representava 71,3% do salário mínimo vigente à época. No período anterior a pandemia, em janeiro de 2020, a cesta básica representava 59,45% do salário mínimo do araraquarense.
Assim, em janeiro, um trabalhador que recebe o piso nacional vigente, de R$ 1.212,00, precisou dispor de, aproximadamente, 152 horas e 35 minutos para adquirir os produtos da cesta avaliada. Jornada inferior ao mês anterior, dezembro de 2021, quando eram necessárias 167 horas de trabalho para consumir a mesma quantidade de produtos, com base no salário mínimo de R$1.100,00.