Luís Carlos Bedran*
O que se poderia fazer para podermos viver melhor em nossa cidade? Diríamos o que todos dizem, qualidade de vida, um conceito amplo, abrangendo não somente os aspectos pessoais, mas os sociais, intimamente ligados.
E é sob este último aspecto que a resposta deveria ser esclarecida por nossos administradores. Saúde, habitação, saneamento básico, segurança, educação, poder de compra, trânsito, mobilidade, seria o mínimo que eles deveriam nos dar para vivermos da melhor forma possível.
Além disso, por mais bem intencionados que sejam os administradores, apenas num mandado difícil seria cumprir as prioridades.
É verdade que alguns desses itens não são de sua exclusiva responsabilidade e competência e sim devem estar em paralelo com a União e o Estado; porém, alguns outros dependem apenas do poder municipal, pois a cidade é onde vivemos. E é o que mais nos interessa e a comparação com outros municípios do mesmo porte, serve tão-somente para avaliarmos como estamos indo, mesmo porque no mundo contemporâneo tudo está interligado.
Muitos pensadores, em todos os tempos, na tentativa de encontrar um mundo melhor para vivermos felizes já estudaram o assunto, tais como Platão, Aristóteles, Campanella, More, entre outros. No entanto, vivemos aqui e agora, em pleno século 21, numa cidade de milhares de habitantes e então suas teorias nem sempre ou raramente podem ser aplicadas na prática, pois existe uma diferença muito grande entre a cidade ideal e a cidade possível.
Na verdade, gostaríamos mesmo que fôssemos mais ‘civilizados’ e que houvesse um entendimento melhor entre todos os cidadãos, mas isso não depende de nossos administradores e sim de nós mesmos, da formação de cada um.
E numa cidade ideal gostaríamos que pudéssemos viver da melhor forma
possível respeitando-se as regras do trânsito, independentemente até da coação legal; que ela fosse totalmente arborizada, desde o centro até a periferia; que todas as praças servissem para que os idosos pudessem passear com segurança, limpas e com muitas árvores e flores; que todas as crianças tivessem sempre lugares para brincar, além das creches e sempre muito bem tratadas; que os professores e as professoras ganhassem
muitíssimo bem e fossem respeitados pelos obedientes alunos em todas as escolas; que os jovens pudessem se divertir nos locais apropriados, dentro dos parâmetros de civilidade; que todos tivessem seus empregos e ganhassem o suficiente para poderem usufruir daquilo que o dinheiro possa comprar; que os doentes não precisassem enfrentar filas nos postos de saúde para serem atendidos, com médicos e auxiliares competentes e humanos; que a segurança pessoal fosse absoluta, com policiais que
trabalhassem contentes, muito bem remunerados e respeitadores dos direitos de cada um; que todas as pessoas tivessem uma casa onde morar, num espaço suficiente para que a família pudesse viver com tranquilidade, com água em abundância, luz e saneamento básico.
Tudo aquilo que se poderia imaginar de bom para uma vida feliz em sociedade.
Utopia ou não, é o que desejaríamos para a nossa cidade. E que o ideal seja
completamente possível um dia.
*Sociólogo