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Congresso Internacional de Democracia Participativa debate mídias sociais

O I Congresso Internacional de Democracia Participativa: Participação Popular e Economia Solidária, que aconteceu até ontem (16) no Cear – Centro Internacional de Convenção, foi palco na tarde da sexta-feira (15) da roda de conversa ‘Mídias sociais e participação no regime democrático’.

O debate foi coordenado pela secretária de Comunicação da Prefeitura de Araraquara, Priscila Luiz, e contou com a participação de Conceição Oliveira, do blog Maria Frô; Fernando Sato, da rede Jornalistas Livres; Viviane Noda, do canal Por Quê Não?, e Renato Rovai, da Revista Fórum.

A primeira a falar foi Conceição Oliveira, do blog Maria Frô. Na opinião da blogueira, o momento é de estresse informativo e ‘deformativo’. “Tenho 15 anos blogando e me sinto angustiada com a situação atual. Estou mais reclusa e escrevendo com mais cautela, porque nunca vi nada igual. A articulação dessa barbárie das fake news é algo muito angustiante e eu sinto falta da presença de adolescentes nesse debate”, afirmou. “É preciso que a gente entenda como lidar com as fake news, porque nem sempre se consegue desmentir com a mesma velocidade com que elas são disseminadas. Hoje na internet existem grupos que cultuam fobias, existe uma  articulação forte da barbárie e em nível global e isso é preciso ser combatido”, defendeu.

Para Fernando Sato, da Rede Jornalistas Livres, é preciso ir além das discussões nas redes sociais; é necessário deixar o WhatsApp e praticar o jornalismo de intervenção. Ele disse isso depois de explicar os objetivos da Rede Jornalistas Livres e como ela foi criada, em 2015, nas manifestações da direita, visando a defesa dos direitos humanos e sociais.

“Acreditamos no jornalismo como fonte de conhecimento transformador, de superação das desigualdades”, disse, convidando os presentes a participar do grupo.

Viviane Viviane Noda, do canal PorQuêNão?, começou  elogiando a iniciativa dos organizadores do congresso. “Difícil ver uma prefeitura realizando uma roda de conversa desse nível, com temas tão relevantes. Me mudei para Araraquara em dezembro e fiquei muito feliz de encontrar aqui esse espaço democrático”, enfatizou, antes de descrever como foi idealizado o blog e suas finalidades.

A ideia do canal PorQuêNão? surgiu a partir de alguns questionamentos de Viviane sobre questões que até então, segundo ela, não faziam parte da sua vida, como educação democrática, o sumiço das abelhas, os agrotóxicos e sustentabilidade.

Decidida a divulgar e a potencializar iniciativas que poderiam impactar positivamente na vida de cada indivíduo, na sociedade e no meio ambiente, foi criado então o canal PorQuêNão?

E acabou morando num carro, por um ano, em viagem do norte a sul do Brasil; o resultado são cerca de 200 iniciativas de sustentabilidade catalogadas.

O jornalista de Renato Rovari, editor da Revista Fórum, que lançou seu último livro “Um Novo Ecossistema Midiático – A história do Jornalismo Digital no Brasil” durante o Congresso, lembrou a relação das redes sociais nos casos do massacre na escola pública de Suzano (SP), no qual 8 pessoas foram mortas por dois jovens atiradores que se exibiam na internet e disseminação mensagens de ódio, e também o atentado na Nova Zelândia, na sexta-feira (15), que matou quase 50 pessoas em duas mesquitas. O terrorista postou o crime no facebook, ao vivo.

“As redes sociais determinam questões importantes nas nossas vidas a muitos anos. E a modificação das tecnologias e muito rápida. Mas podemos utilizar esses instrumentos também contra o fascismo, que está crescendo no Brasil, e não é com o silêncio que vamos combatê-lo. Precisamos usar esses instrumentos também para combater as mentiras e as mensagens de ódio que são compartilhadas. Desmentir as fake News, porque quando ignoramos, estamos compactuando para que ela se espalhe como verdade”, criticou.

Redação

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