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Cooperativa Acácia completa 18 anos de história

Os 18 anos de criação da Cooperativa Acácia de Catadores, Coleta, Triagem e Beneficiamento de Materiais Recicláveis de Araraquara foram comemorados na terça-feira (12), em solenidade em frente à Prefeitura.

A terça-feira também marcou o Dia Municipal do Catador de Materiais Recicláveis, instituído pela Lei Municipal nº 9.411, de 9 de novembro de 2018, de iniciativa do vereador Edio Lopes (PT).

Os cooperados da Acácia deixaram a Praça do Daae e se dirigiram até o Paço Municipal em duas carretas. Após o desfile e a cerimônia, houve o canto de “parabéns” para a cooperativa e o corte do bolo de aniversário.

“A Acácia simboliza uma história de mulheres e homens que venceram imensas dificuldades. Hoje a Acácia tem apoio de toda a população, da Prefeitura, do Daae e reconhecimento nacional, construindo uma cidade mais sustentável e uma nova consciência”, afirmou o prefeito Edinho.

Edinho ainda destacou que a construção da Acácia é diária. “O maior desafio da Acácia e não se acomodar, achar que a missão está acabada. A construção do trabalho coletivo tem que ser todo dia. Todos devem se sentir parte da construção da Acácia. O futuro depende de todos vocês”, completou.

O vereador Edio Lopes, representando a Câmara Municipal, parabenizou todos os catadores e as catadoras. “Vocês têm que mostrar à sociedade quem são. É um trabalho essencial para a sociedade, digno. A Acácia é uma referência de cooperativa. Parabéns e contem sempre conosco”, declarou.

O superintendente do Daae (Departamento Autônomo de Água e Esgotos), Donizete Simioni, relembrou a história de criação da Acácia e deu os parabéns a todos. “Araraquara deve muito à Acácia e a todos vocês. Hoje temos 100% de coleta seletiva. Nenhum bairro de Araraquara fica sem”, destacou.

A coordenadora de Trabalho e de Economia Criativa e Solidária, Camila Capacle, também enalteceu os 18 anos de história. “A Acácia mudou a vida de muitas pessoas. Parabéns pelas guerreiras e pelos guerreiros que vocês são”, disse.

Por fim, a presidente da Acácia, Helena Francisco da Silva, agradeceu a todos os apoiadores da cooperativa e aos colegas de trabalho. “Aquele papel que a gente pega não é para a Acácia. É para o mundo. A Acácia vai ficar ainda melhor para 2020. Temos vários projetos. Fica o meu agradecimento a todos”, afirmou.

Ainda estiveram presentes no evento os vereadores Paulo Landim (PT), Toninho do Mel (PT) e Roger Mendes (Progresistas); o vice-prefeito e secretário do Trabalho e do Desenvolvimento Econômico, Damiano Neto, e outros secretários e coordenadores municipais.

 

História

O processo de coleta e destinação dos resíduos tem sido desenvolvido em Araraquara desde os anos 1990. Esse trabalho era feito, em um primeiro momento, quase em sua totalidade por trabalhadores autônomos (desorganizados).

A partir do final daquela década, inúmeros catadores passaram a se organizar no sentido de garantir o reconhecimento da importância de sua atividade. Esse trabalho começou por iniciativa de Helena Francisco da Silva, então catadora de recicláveis do extinto lixão de Araraquara, que buscava levar mais dignidade para as pessoas que também tiravam do lixão o sustento da família.

Nos anos de 1994 e 1995, ocorreu a remoção dos catadores do lixão da cidade, que foi cercado e colocado sob vigilância reforçada. Mesmo assim, a falta de perspectiva fez com que eles prosseguissem a catação em situação clandestina e ficassem sujeitos à violência e ao desrespeito.

A partir de outubro de 2001, com o apoio da Prefeitura, foi organizado um grupo de 40 catadores independentes que estavam sobrevivendo do lixão. Esse grupo passou a ocupar a usina de triagem e foi responsável por criar a Associação Acácia dos Trabalhadores de Materiais Reaproveitáveis de Araraquara, juridicamente constituída em 2002, sendo a primeira associação de catadores de Araraquara.

Em 2005, a Acácia foi estatutariamente transformada em cooperativa e formalizada em fevereiro de 2006. A Coleta Seletiva de Araraquara foi lançada também em 2006, em parceria com a Prefeitura Municipal e com o Daae, responsável pela gestão de resíduos sólidos do município (Lei Municipal nº 6.496). Esse processo foi expandido para toda a cidade no ano de 2007.

Em 2008, a primeira versão do contrato de prestação de serviço é elaborada, e a Acácia começa a ser remunerada pelo serviço prestado. A cooperativa também passa a realizar convênios com o Governo Federal para aquisição de novos equipamentos, caminhões, computadores, treinamento de pessoal, prensa, etc.

A Acácia iniciou o processamento de isopor em 2012, dando maior viabilidade econômica à atividade.

Em março de 2018, houve a renovação do contrato com a Acácia com acréscimo dos serviços de triagem e retirada de material reciclável dos PEVs (bolsões) e ecoponto do Carmo e seu transporte com caminhão próprio da Cooperativa até a ETRS (Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos).

Também em 2018, o Daae realizou uma série de melhorias na Acácia e a Prefeitura entregou a escritura do terreno de 2.501,64 metros quadrados doado pelo Município à cooperativa.

A Acácia mantém diálogo com os setores públicos e privados, possui atualmente 180 cooperados (as mulheres são 85% do total) e já foi eleita uma das dez melhores cooperativas de recicláveis do Brasil. São 483 toneladas de materiais recicláveis coletados por mês, em média, com a coleta seletiva atingindo a marca de 100% de cobertura de porta a porta em Araraquara.

Redação

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