Início Araraquara CR Feminino realiza a 6ª Jornada da Cidadania, Trabalho e Renda

CR Feminino realiza a 6ª Jornada da Cidadania, Trabalho e Renda

O juiz corregedor, José Roberto Liberal, agradeceu à prefeitura de Araraquara pelo apoio nos projetos de ressocialização no município

Por José Augusto Chrispim

Promovido pelo Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), Coordenadoria de Reintegração Social e Cidade, com o apoio da Prefeitura de Araraquara, Sebrae e da Funap (Fundação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel), o Centro de Ressocialização (CR) Feminino de Araraquara realizou, nesta terça-feira (25), a abertura da sua 6ª Jornada da Cidadania, Trabalho e Renda.

A mesa de honra foi composta pelas seguintes autoridades: Ede Aparecida Mariano Rosolem – diretora técnica do CR Feminino de Araraquara, Damiano Neto – vice-prefeito de Araraquara, Dr. José Roberto Liberal – juiz corregedor da 6ª RAJ, Mirian Geraldi de Almeida – responsável técnica pela Célula de Reintegração Social e Cidadania da SAP, e Gilson Liborio – representante da Funap.

O evento contou ainda com a presença da diretora da Penitenciária Feminina de Guariba, Jucélia Gonçalves da Silva, o diretor do CR Masculino de Araraquara, Otácio Manoel da Trindade Filho, além de funcionários e reeducandas, entre outros convidados. 

Atividades

Durante a realização da Jornada da Cidadania, no período de uma semana são promovidas diversas ações de cidadania e saúde, como consultas médicas, atendimento jurídico, orientações de reintegração social, confecção de documentos, palestras, entre outras ações para as reeducandas do CR Feminino, com o objetivo de melhorar a autoestima e prepará-las para o retorno à vida em liberdade.

De acordo com a diretora técnica da Unidade, Ede Aparecida Mariano Rossolem, o CR Feminino de Araraquara tem capacidade para 96 presas. Ela destaca que todas trabalham e têm a oportunidade de estudar. Além do convênio com a Prefeitura de Araraquara, algumas empresas também mantêm contratos com o CR utilizando a mão-de-obra das reeducandas que, além de receberem um salário pelo trabalho, ainda têm o benefício da remissão de pena.

Colhendo o fruto do trabalho

Em sua fala, a diretora do CR agradeceu aos presentes e destacou a importância de estar à frente da instituição que prepara as reeducandas para o retorno à vida em sociedade. “Agradeço a todos os presentes e a todas as reeducandas. É uma honra tê-las conosco. Estar à frente dessa equipe maravilhosa e organizar essa jornada, sempre é um desafio muito gratificante, porque assim, podemos partilhar com os presentes e com a sociedade, representada pelos senhores, a competência e o talento dessas reeducandas na execução das mais diversas atividades. Ressalto que, como gestora desse centro de ressocialização, o orgulho que sinto quando recebo os inúmeros elogios pela excelência na execução das atividades desenvolvidas nos locais designados junto aos parceiros, bem como, pela conduta exemplar de casa reeducanda, o que faz com que outras portas se abram para novas oportunidades. Aproveito para agradecer a presença do juiz corregedor, o excelentíssimo Dr. José Luiz Liberal, visto que somente através de sua confiança no nosso trabalho, podemos desenvolver os mais diversos projetos de trabalho e estudos nessa instituição. Assim, hoje, colhemos o fruto do nosso trabalho, que é tornar essa unidade um lugar acolhedor e com a finalidade de tornar as suas reeducandas, mulheres com amor próprio resgatado e autoestima elevada. E, tudo isso, sem perder o foco na disciplina e na organização para que as mesmas possam criar projetos de vida na retomada de suas vidas em sociedade. Nesse sentido, meu desejo é que cada uma de vocês, reeducandas, mulheres lindas, fortes e poderosas, aproveitem as oportunidades que lhes são dadas e saíam dessa unidade mulheres melhores do que quando entraram”, destacou Ede Rossolem. 

Parceria com o município

O juiz corregedor Dr. José Luiz Liberal agradeceu o apoio da prefeitura de Araraquara, representada pelo vice-prefeito Damiano Neto, com projetos que beneficiam os reeducandos do município. “Quero agradecer aqui ao vice-prefeito e ao prefeito Edinho pelo apoio que o município vem prestando que ajuda em muito todos os projetos de ressocialização que, as vezes as pessoas não sabem, mas, há vários em curso. Recentemente ocorreu a pintura do fórum de Araraquara proporcionando trabalho aos reeducandos, além de outros projetos que também beneficiam egressos do sistema prisional. Felizmente, o município de Araraquara tem essa noção da importância da participação na busca da ressocialização dessas pessoas, proporcionando a elas mais dignidade. Quiçá se todos os municípios se comportassem dessa forma. Mas, a semente está plantada, e tenho certeza que os senhores lançaram essa semente aqui na região, e em todo lugar que eu tenho oportunidade de me manifestar, eu levo essa mensagem, dou o exemplo aqui de Araraquara. Eu agradeço aqui em público e tenho a certeza que outros projetos ainda virão”, agradeceu o juiz Liberal que completou dizendo que “o evento proporciona cidadania e, de alguma forma, tenta aproximar o sistema prisional da sociedade, tentando incutir na sociedade a necessidade de ela participar desse processo de ressocialização, pois, o preso nunca deixa de fazer parte da sociedade, ele apenas fica temporariamente privado de alguns direitos, notadamente da liberdade, mas todos os demais direitos continuam vigentes e devem ser assegurados. A sociedade tem que perceber que com projetos de ressocialização, você transformará vidas, famílias, e tudo isso melhora para a sociedade como um todo”, destacou.

Transformação de vidas

“Eu penso que a transformação de vidas se faz com base em quatro pilares: Trabalho, Educação, Religião e Família. Com base nesses pilares, a pessoa consegue transformar vidas, consegue corrigir rotas, rumos. O passado ninguém consegue mudar, mas todos têm o poder de construir um futuro melhor. Esses pilares existem aqui no Centro de Ressocialização, por isso, eu peço que as senhoras aproveitem essa oportunidade para poderem transformar as vidas das senhoras de uma vez por todas, pois, logo estarão em liberdade e vão continuar de uma outra forma, tenho certeza de uma forma muito melhor que aquela que outrora se passou. Nós somos livres nas escolhas, mas presidiários das consequências, ou seja, o que nós escolhemos, depois vamos colher os frutos, então façam boas escolhas e transformem as suas vidas definitivamente, não só das senhoras, mas também de suas famílias e contem conosco sempre”, finalizou o juiz.

Redação

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