Com direção e roteiro de Anderson Renan, o curta-metragem “O Homem da Casa” estreia neste sábado (4), às 18h30, na Biblioteca Municipal de Araraquara. O documentário, com 45 minutos de duração, mergulha nas camadas do luto a partir de uma perspectiva rara: como homens periféricos — especialmente homens negros — lidam com a perda e o sofrimento emocional em contextos onde o acesso à saúde mental é escasso ou inexistente.
Gravado nas cidades de Araraquara e Taquaritinga, o filme se propõe a refletir sobre a invisibilidade do luto masculino dentro das famílias, mostrando como a morte de um homem pode desestruturar todo um núcleo familiar, especialmente quando os sentimentos não encontram espaço para serem elaborados ou expressos.
Além de abordar a masculinidade preta e o silêncio emocional imposto aos homens, “O Homem da Casa” também evidencia a força das mulheres — principalmente das mães e avós — que, mesmo em meio à dor, assumem papéis fundamentais para manter a estrutura emocional e prática das famílias diante do luto.
Com depoimentos sensíveis de profissionais da saúde e pesquisadores da área da masculinidade negra, o filme abre espaço para um debate urgente sobre o impacto psicológico do luto em contextos periféricos e a importância de reconstruir vínculos através da escuta, do cuidado e da comunidade.
Mais do que um filme, “O Homem da Casa” é um chamado à empatia, à sensibilidade e à valorização das vozes muitas vezes silenciadas dentro da dor.
