Início Cidade Da “venda de biscoitos” para a discussão sobre bullying, depressão e ansiedade

Da “venda de biscoitos” para a discussão sobre bullying, depressão e ansiedade

Geralmente associados à “venda de biscoitos”, ajudar senhorinhas a atravessar a rua e às vezes fazer marshmallow na fogueira, os escoteiros vão muito além do que essas imagens em que, na maioria dos casos, são personificados.

 “Intitulada como a maior ONG para jovens do mundo, o movimento escoteiro se destaca no trabalho que exerce à procura de um mundo melhor”.

Em Araraquara, existem dois grupos escoteiros, o Araraquara “José Luiz Torquato”, que tem sua sede na Vila Xavier, e o Morada do Sol, que fica na escola “Cotinha de Barros”, no Jardim Brasil. Ambos desenvolvem o movimento escoteiro atendendo jovens de 7 aos 21 anos, por meio de adultos voluntários que aplicam o método escoteiro, que engloba um sistema de progressão com a intenção de estimular as capacidades e interesses de cada jovem, que acontece através de desafios a serem superados, da vivência de aventuras, do incentivo à exploração, a realização de descobertas, a experimentar coisas novas, inventar e desenvolver a capacidade de achar soluções, mas sempre respeitando individualmente os limites de cada um.

No último sábado (30), o Grupo Escoteiro Araraquara, situado na Vila Xavier, participou, localmente, de uma atividade que aconteceu em grupos escoteiros de todo o Brasil, o MUTEPT (Mutirão Escotismo para Todos) que acontece anualmente e tem como tema: “Amigo, estou aqui: bullying, depressão e ansiedade”. O projeto visou a trabalhar, junto a várias atividades didáticas, o tema com os jovens do movimento escoteiro de todo o Brasil. Na ocasião, em Araraquara, participaram cerca de 180 jovens, que realizaram discussões e jogos didáticos sobre o assunto, de acordo com sua idade.

Um dos adultos voluntários que coordenou a atividade, Maurício Escareli, fala sobre a ligação do movimento escoteiro com o tema: “o bullying, infelizmente, ainda é nítido na convivência dos jovens na sociedade. Quem é atingido por ele sofre de formas variadas e muito negativa. O movimento escoteiro, por sua vez, oferece aos participantes a oportunidade de conviver e se relacionar com as diferenças de uma forma positiva, não deixando espaço para o preconceito, que é a raiz do problema”.

Dentre toda a programação, os mais novos (lobinhos, de 7 aos 10 anos) conheceram a história de uma zebrinha que nasceu com bolinhas pretas no corpo, ao invés de listras, e souberam como ela conseguiu vencer o preconceito e a discriminação. Os escoteiros, de 10 aos 15 anos, aprenderam sobre identificar suas próprias emoções e a de outros, através de um jogo divertido, parecido com a “brincadeira de mimica”. Os jovens dos 15 aos 21 anos, discutiram sobre serem protagonistas de sua própria história e também sobre fatos de “verdade ou mentira” sobre suicídio e como agir para ajudar a evitar que isso aconteça com pessoas próximas.

Divididos por faixa etária, cada conjunto de jovens teve um momento pontual de conversa com um profissional da saúde mental, o psicólogo Marinaldo de Souza, que também já foi escoteiro e ressalta a importância da atividade. “O Escotismo é uma forma de convívio privilegiada. Incentiva o fortalecimento da saúde mental de crianças, jovens e adultos, sendo um dos poucos territórios de sociabilidade que ainda preservam o espírito de grupo dentro de uma sociedade que destaca o individualismo em detrimento à solidariedade.”

Serviço

Os grupos escoteiros recebem inscrições para jovens e adultos pelas páginas no Facebook: Escoteiro Araraquara e Escoteiro Morada do Sol.

Redação

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