Os últimos dados de 2018 do Defasômetro do SINDPESP, atualizado até 31 de dezembro, apontam déficit de 13.479 profissionais na Polícia Civil do Estado de São Paulo. O número representa 32,16% do total de vagas previstas em lei. Já são 128 cargos vagos a mais do que o apresentado no levantamento do mês de novembro. Comparado ao mesmo período do ano passado, o déficit aumentou em 19,83%, levando-se em conta que, em dezembro de 2017, a defasagem era de 11.248 policiais civis.
Faltam hoje 762 delegados de polícia, 25 cargos vagos a mais do que no mês anterior. Ou seja, 22% das vagas previstas para delegados de polícia no estado iniciam 2019 sem profissionais. A cada levantamento, o número só piora. A nova divulgação do Defasômetro abrange, como em todo mês, os números de todas as carreiras.
Nas outras carreiras, faltam 3.146 investigadores (30 a mais do que no mês passado), 3.009 escrivães (33 a mais), 943 agentes policiais (seis a mais), 874 agentes de telecomunicações (um a mais), 308 papiloscopistas (quatro a mais), 464 auxiliares de papiloscopista (três a mais), 284 médicos legistas (seis a mais), 330 peritos criminais (oito a mais), 46 desenhistas, 137 atendentes de necrotério (um a mais), 20 auxiliares de necrotério (três a mais) e 155 fotógrafos (um a mais).
Os carcereiros somam 3.001 cargos extintos (sete a mais do que no mês passado). O SINDPESP considera importantíssima a transformação de cargo dos carcereiros para agentes policiais, através de lei aprovada no final do ano passado.
Para a presidente do SINDPESP, Raquel Kobashi Gallinati, a aprovação do projeto de lei complementar 13/2018, do deputado Chico Sardelli, “fez justiça à Polícia Civil ao reconduzir 2.385 cargos de carcereiros para a ativa, impedindo a sua extinção e o consequente aumento do déficit de efetivo. É preciso enfatizar que os 2.994 cargos de carcereiros extintos até hoje não foram substituídos, portanto, foram perdidos pela instituição e que a decisão de mudar esse quadro partiu do legislativo, não do governo”, frisou.
“Um ano se passou e o que vimos foi o déficit da Polícia Civil piorar. Os números estão aí para mostrar. Esperamos que, daqui para frente, o governador João Doria compreenda o mal que governos anteriores fizeram contra a polícia judiciária e, em última instância, à população paulista, e freie esse déficit o mais depressa possível. É preciso investimento real para que uma efetiva política de segurança pública seja implementada”, afirmou Raquel Kobashi Gallinati. “Investir em polícia judiciária é uma obrigação do Estado, não uma decisão política do gestor”, completou.