Início Araraquara Dengue, cemitério e zeladoria são desafios importantes para a prefeitura em 2022

Dengue, cemitério e zeladoria são desafios importantes para a prefeitura em 2022

Edinho nega intenção de terceirizar administração do Cemitério São Bento e diz que teve que escolher entre zeladoria e salvar vidas

Por José Augusto Chrispim

Dando continuidade à série de entrevistas que a reportagem do O Imparcial fez com o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT),nesta matéria falaremos sobre três assuntos importantes e que estão gerando polêmica na cidade. A proposta de uma suposta ‘terceirização’ do Cemitério São Bento, o surto de dengue que já fez 6 vítimas fatais em 2022, além da visível falta de zeladoria em todas as regiões da cidade, são pautas que demandam ações urgentes, pois afetam toda a população araraquarense.

Imposto no cemitério

Falando com O Imparcial sobre o polêmico projeto que prevê a cobrança de um imposto nos túmulos do Cemitério São Bento, dentre outras medidas, o prefeito Edinho Silva assegurou que “nunca existiu” a ideia de terceirizar a administração do local, tese que vem correndo a cidade há algum tempo e vêm causando apreensão em muita gente.

“Nunca existiu esse debate de terceirização do Cemitério São Bento. O que existiu foi um projeto de lei com objetivo de evitar a venda clandestina de sepulturas, o que infelizmente acaba ocorrendo”, afirmou o prefeito.

Segundo Edinho, o projeto de lei foi debatido em audiência pública e foi retirado da Câmara para passar por ajustes e ser novamente enviado para votação. Na Casa de Leis a matéria foi motivo de calorosos embates, e mereceu críticas de alguns parlamentares.

Discorrendo sobre o tema, Edinho destaca que “cerca de 90% das sepulturas estão irregulares pela falta de um concessionário responsável ligado a elas”. Isso, porque, na maioria dos casos a concessão para o uso do terreno (sepultura) está no nome de pessoa já falecida.

“Isso acaba dando margem para um comércio clandestino de sepulturas, utilizando-se de um momento de dor das famílias para movimentar valores altos de dinheiro”, explicou.

Edinho ressalta a importância de as famílias procurarem a administração dos cemitérios para regularizarem a transferência dessa sepultura a quem a lei permite (cônjuge e descendentes).

“Nenhum valor novo será criado, pois apenas será estendido o preço público de manutenção que já é aplicado no Cemitério dos Britos para incluir também o Cemitério São Bento”, afirmou o prefeito.

Edinho diz ainda considerar injusto que uma parte da população, “aquela com menor poder aquisitivo”, pague pela manutenção do campo santo, como ocorre no Cemitério dos Britos, enquanto quem tem túmulo no São Bento, população de maior poder aquisitivo, nada pague.

“O projeto corrige injustiças, já que hoje a manutenção do São Bento é feita com recursos de impostos recolhidos por todos os moradores de Araraquara. É uma pena que esse assunto tenha sido usado politicamente para confundir a população. É ruim quando a política é apequenada”, finalizou.

(foto: cemitério1)                                                             Foto: O Imparcial

Legenda: Projeto de criação de imposto no Cemitério São Bento gerou polêmica

Dengue: Prefeito pede que população deixe equipes da Vigilância entrarem em suas casas

A Prefeitura está intensificando o trabalho de arrastões nos bairros e de visitas casa a casa para eliminar criadouros do mosquito da dengue. Esse trabalho, mesmo durante a pandemia, nunca parou.

Quem garante é o prefeito Edinho Silva, que revelou números das ações empreendidas pelas equipes do município. “São 30 mil residências visitadas pelas nossas equipes por mês, em média”, disse ele.

De acordo com o prefeito, somente no ano passado a Prefeitura recolheu 1.045 toneladas de materiais inservíveis, que podem se tornar criadouros.

“Em arrastão no Adalberto Roxo e no Jardim Veneza, no último dia 2, foram 10 toneladas recolhidas. No sábado (9), na região do Jardim Indaiá, foram 14 toneladas”, detalhou.

Edinho lembrou ainda que durante a pandemia, muitos moradores não deixaram as equipes da Vigilância Epidemiológica e dos agentes comunitários de saúde entrarem nas casas, por medo da transmissão da Covid-19.

“Compreendo perfeitamente essa preocupação. Só que 80% dos criadouros estão nas residências habitadas. Nos pneus, calhas, vasos de plantas e outros recipientes que acumulam água, como um potinho de isopor onde se serve açaí. Os menores recipientes podem se tornar espaço de proliferação do Aedes aegypti”, lembrou.

Segundo o prefeito, a Prefeitura investiu no setor, e ampliou a capacidade de atendimento médico, com o centro de testagem no hospital de campanha, “…mas precisamos muito do apoio da população na eliminação de possíveis criadouros em suas residências”. E ele pede: Apelo aos cidadãos, que agora, com a melhora da pandemia, todos deixem as equipes entrarem nas casas para esse trabalho de prevenção”.

Edinho: “Prefeitura teve que escolher se investia em salvar vidas ou na zeladoria da cidade”

Falando com a reportagem do O Imparcial sobre o crítico momento vivido pela cidade no que se refere a zeladoria, especialmente pelo mato e buracos que dominam as vias e bairros por toda Araraquara, o prefeito Edinho Silva não escolheu palavras, e foi bastante direto: a Prefeitura optou por centralizar recursos para salvar vidas. 

“Eu sempre digo que a administração do Orçamento da Prefeitura é como na casa da gente. Sempre que algum imprevisto acontece, é preciso remanejar os recursos para dar conta daquela prioridade. Foi o que aconteceu com a Prefeitura durante a pandemia”, explicou.

Segundo ele, embora tenham chegado recursos do Ministério da Saúde e do Governo do Estado, a grande parte dos investimentos em 2021 no combate à Covid-19 saiu do tesouro municipal.

“Testagem, hospital de campanha, ampliação de leitos, contratação de equipes médicas, compra de insumos e medicamentos, materiais, entre outros investimentos. Só em 2021 foram R$ 90 milhões investidos na pandemia para que vidas fossem salvas. Isso fez com que a Prefeitura remanejasse seu Orçamento e, admito, a zeladoria e a manutenção da cidade foram prejudicadas”, admitiu.

“Era uma escolha que o governo precisava fazer, e nós escolhemos investir na pandemia e salvar vidas. Uma vida não tem preço. O buraco na rua e o mato poderia esperar e ser resolvido depois”, afirmou.

Edinho disse então, que agora, com a melhora na situação da pandemia e quase 90% da população com ciclo completo de vacinação, a administração está retomando o programa Prefeitura nos Bairros.

“Estamos levando esse mutirão de zeladoria para todos os bairros de Araraquara, lançando duas regiões simultâneas a cada 15 dias. Nós vamos recuperar esse déficit de manutenção e deixar Araraquara mais bonita, com asfalto de qualidade, sinalização de trânsito, capina, limpeza e todos os serviços executados pelo programa”, disse.

“Cuidamos da população na pandemia e vamos continuar cuidando da nossa cidade”, finalizou o prefeito.

Redação

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