Da redação
O deputado eleito pela Itália, Fausto Longo, que representa cidadãos ítalo-brasileiros que residem em 10 países sul-americanos no Congresso da nação europeia, visitou o jornal O Imparcial nessa semana. O deputado que é de Piracicaba, foi empossado em março, representando o Partido Democrático, no qual recebeu 8,9 mil votos, se elegendo assim com os mesmos direitos dos parlamentares nascidos na Itália. O Parlamento Italiano conta hoje com 630 deputados, e somente Longo é socialista.
Longo foi o primeiro brasileiro a ocupar uma vaga no Senado Italiano, elegendo-se para o mandato entre 2013 e 2018.
O político é ex-secretário de Turismo de Piracicaba e ex-gerente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Fausto, que tem uma visão diferenciada de partidos e política, disse que a Itália disponibiliza para ítalo-brasileiros 12 cadeiras para deputado e 16 para senador. Ele afirma que os conceitos de esquerda e direita na Europa evoluem rapidamente e, que lá, em sua maioria, partidos pensam em uma forma de equivalência de oportunidades para que todos construam sua felicidade.
Evolução
“O mundo está em evolução e em breve desaparecerá o emprego e é necessário que pensemos em uma nova forma de sociedade, é um processo de amadurecimento que teremos que atravessar, não é possível eu ter 10 carros e o outro não ter dinheiro para comer”.
Para ele, no Brasil um partido político é como uma agremiação que se junta para chegar ao poder, já na Itália existe um programa de partido que pensa em um modelo de sociedade e qual caminho tomar para chegar ao modelo ideal. Lá a comissão de ética é a porta de entrada para o partido, onde os princípios do partido é que regem. Na Itália, a política faz parte da sociedade.
Trabalhar pelo Brasil
Longo pensa em se candidatar a deputado Federal no Brasil, embora possa permanecer nos dois mandatos, ele afirma que deixaria o parlamento italiano para a construção de um país melhor, usando sua experiência, acredita que política é sacerdócio “para enriquecer existem mil coisas a se fazer”. Ele acredita que política é para todos e tem consigo uma frase de Ulisses Guimarães: “Democracia não é derrubar a ditadura, é criar oportunidades para que as pessoas participem do processo de decisão”. Filiado ao MDB, acredita que o partido é movimento. “Precisamos de um partido limpo, que pense em seu país, o poder deve servir para defender a dignidade humana, e para que cada um consiga encontrar seu caminho para a felicidade”.
O ítalo-brasileiro acredita também que descendentes italianos são em sua maioria desunidos e que poderiam ter uma força maior para conquistar o mercado europeu, a comunidade não tem representantes que possam ir a tribuna e questionar o porquê de não termos uma sala de aula para que possa ensinar a língua aos filhos de italianos. “Não para cantar a Tarantela. Quantos empregos essa comunidade oferece, quanto recolhemos de impostos? São perguntas que fazem a diferença”.
Longo é favorável ao Parlamentarismo e pretende lutar por esse regime no Brasil, pois vivendo em um, onde percebe que é muito mais fácil administrar crises nesse regime, almeja a construção de uma nova constituição, adaptada a nossa realidade, e quer também a mudança do pacto federativo, pois acredita ser injusto o fato dos municípios sobreviverem enviando a maior fatia do que recebem para Brasília ou para o Estado.
Deixa ainda, um recado aos eleitores, sempre que procurado por um candidato pergunte: “Quem é você, o que quer e o que vai fazer por um país com mais equivalência de oportunidades”.