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Desfile em comemoração ao Aniversário de Araraquara fortalece o ensino de história e a cultura indígena

O desfile cívico do aniversário de 202 anos de Araraquara, nesta quinta-feira, 22 de agosto, na Avenida Bento de Abreu, destaca uma Araraquara de terra indígena – a “toda das araras” ou a morada do sol. A homenagem, com início às 8 horas, é àqueles e àquelas que aqui estavam.

O evento, realizado por meio da equipe da Secretaria Municipal da Educação, tem o objetivo de garantir a efetivação do ensino de História e a cultura indígena no currículo escolar, objeto da Lei 11.645/2008, e viabilizar caminhos educacionais que superem os equívocos cometidos na abordagem desta temática no contexto escolar.

Considerando-se que o passado precisa ser conhecido e compreendido pelas presentes e futuras gerações, a atividade fortalece as abordagens e práticas educacionais acerca do ensino de história e cultura indígena. Vale lembrar que a região de Araraquara foi originalmente habitada por grupos indígenas e as pesquisas arqueológicas locais indicam a presença remota de povos GuaraniKaingang e Panará.

Dados do censo demográfico do IBGE de 2010 indicam o crescimento de 178% no número de indígenas autodeclarados desde 1991, bem como a existência de 305 etnias e 274 línguas. Apesar deste cenário, sempre pairaram no discurso e na prática educacional pedagógica formas de lidar com os povos indígenas impregnadas daquelas alegorias da colonização e do pseudoevolucionismo, contribuindo para a proliferação e a perpetuação de enganos, dogmas e distorções. Entre elas, a prática da folclorização, a mistura indiscriminada de costumes tomados de culturas e povos diferentes e a homogeneização indevida em estereótipos generalizantes.

Em todos esses casos, desconsidera a complexidade, a riqueza e a enorme diversidade nativa e contemporânea de povos indígenas no Brasil. Em nome de fatos arqueológicos, etnohistóricos, etnolinguísticos e etnográficos suficientemente amplos, é possível trabalhar de forma não só a superar esses equívocos e confusões; mas igualmente mostrar que a cultura e a história dos povos indígenas no Brasil não podem ser tratadas no singular.

Vale destacar que, para subsidiar o desenvolvimento da temática na escola e mobilizar práticas e abordagens sobre a questão, a Secretaria Municipal da Educação organizou formações sobre a temática e um material didático de apoio. Assim, o desfile firma um compromisso com uma educação para as relações étnico-raciais e uma sociedade mais inclusiva e plural neste ano de 2019, em que a UNESCO celebra o Ano Internacional das Línguas Indígenas, valorizando a sociodiversidade.

 

Redação

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