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Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo chama a atenção em relação à saúde física e mental

Os doutores Antonio Carlos Durante e Eduardo Charbel Honain, da Unimed Araraquara, além da psicóloga Lúcia da Costa Pontes Monachesi, comentam os diferentes impactos desse vício na rotina das pessoas

Segundo recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), o consumo moderado de álcool é um grande aliado do ser humano na busca por uma vida mais saudável. Para o gastroenterologista da Unimed Araraquara Dr. Eduardo Charbel Honain, a ingestão excessiva, isto é, acima de 60 a 80 gramas por dia (e ao longo de vários anos), pode causar doenças, sendo algumas irreversíveis.

“Entre elas, as mais comuns são cirrose hepática, pancreatite crônica, neuropatia alcoólica, além, claro, da dependência química”, explica o médico neste Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo (18/02).

A cirrose hepática é uma enfermidade que não tem cura, cujo quadro se agrava aos poucos, chegando à necessidade do transplante hepático como único tratamento. A pancreatite crônica também evolui ao longo dos anos, causando emagrecimento e seqüelas como diabetes mellitus e diarréia crônica.  “Essa doença também não tem uma cura específica, sendo também necessário um transplante. A neuropatia alcoólica é o efeito do álcool no metabolismo”, esclarece o especialista.

Atenção, mamães

E quando a mulher entra no período de gestação, por exemplo, qual é a orientação? Segundo o ginecologista da Unimed Araraquara Dr. Antonio Carlos Durante, a ingestão de álcool durante a gravidez deve ser nula, isto é, consumo zero durante todo esse período, do começo até o último dia.

Os efeitos da exposição desde o pré-natal são irreversíveis e podem variar a partir do tempo, idade gestacional e padrão de consumo. Não existe quantidade segura, pois o feto é extremamente vulnerável, visto que o álcool atravessa, livremente, a barreira placentária.

“Esse questionamento é sempre feito. Nós não sabemos todo o mal que isso pode trazer para a criança. Sabemos, sim, que existem situações de baixa intensidade até quadros graves, como a Síndrome de Alcoolismo Fetal (SAF), que pode ocasionar uma série de defeitos físicos, intelectuais e cognitivos, além de falhas funcionais que podem atrapalhar a rotina da criança no futuro”, comenta.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, a cada mil bebês que nascem com vida no Brasil, de dois a sete apresentam sintomas de SAF. Rússia, Reino Unido, Dinamarca, Bielorrússia e Irlanda são os países com maiores índices de grávidas que abusam dos drinques. “Mulheres que convivem com o alcoolismo e desejam a maternidade devem buscar ajuda médica antes da gravidez”, finaliza Dr. Durante.

Procure sempre ajuda

Alcoolismo e a depressão podem caminhar lado a lado. Porém, algumas pesquisas relatam a dificuldade do diagnóstico que mostra a real relação entre os dois. Mas por quê?  “Porque, às vezes, a pessoa que tem problemas com álcool, desenvolve a depressão devido à dificuldade em lidar com esta impotência, de parar de beber, procurar tratamento, de falar sobre isso. E o depressivo pode desencadear o alcoolismo porque a bebida relaxa e está inserida no nosso contexto social”, analisa a psicóloga do Univida Lúcia da Costa Pontes Monachesi .

Dentro desse contexto, a profissional reforça a importância de um tratamento, uma ajuda medicamentosa, bem como uma terapia. “O apoio familiar também é de fundamental importância, com todo amor e carinho com a pessoa que precisa de ajuda neste tipo de transtorno”, finaliza.

Redação

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