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Dois ouros e uma prata selam o Top 5 e Brasil conclui melhor campanha da história

Na despedida, canoagem e halterofilismo levam o país aos últimos pódios. Paris foi palco da melhor performance nacional em número de medalhas (89), em quantidade de ouros (25) e de colocação final (5º)

Os Jogos Paralímpicos de Paris terminaram neste domingo com alguns degraus a mais de excelência e horizontes para o Brasil. A delegação nacional estabeleceu na França os melhores resultados de sua história em todos os parâmetros de avaliação.

TOP 5 – Com 89 medalhas (25 ouros, 26 pratas e 38 bronzes), o país bateu o recorde de pódios que era de 72, obtido tanto no Rio 2016 quanto em Tóquio 2021. Com 25 ouros, superou os 22 de Tóquio, até então a melhor marca. Com a quinta posição no quadro geral,  chegou ao Top 5 pela primeira vez. Até então, a melhor posição era a sétima, em Tóquio.

TOP 4 – As 89 medalhas também levaram o Brasil ao Top 4 em quantidade de pódios, atrás apenas de China, Grã-Bretanha e Estados Unidos. O Brasil teve medalhas em 12 das 20 modalidades em que teve representantes na França. Algumas delas, de forma inédita, como triatlo, badminton e tiro esportivo.

MODALIDADES – O atletismo seguiu como carro-chefe do país. Em Paris, rendeu 36 medalhas, com 10 ouros, 11 pratas e 15 bronzes. O Brasil foi o terceiro no quadro específico da modalidade, atrás apenas de China e Estados Unidos. A natação veio na sequência, com 26 pódios (sete ouros, nove pratas e 10 bronzes). Outro destaque importante foi o judô. A modalidade terminou na liderança do quadro de medalhas específico do esporte em Paris. Foram quatro ouros, duas pratas e dois bronzes, um total de oito medalhas.

BOLSA ATLETA – Todas as medalhas foram conquistadas por atletas que recebem atualmente o Bolsa Atleta, o programa de patrocínio direto do Governo Federal. Dos 280 atletas em Paris, 274 integram o programa do Ministério do Esporte.

HOMENAGEM PRESIDENCIAL  – Pelas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva celebrou a conquista dos atletas brasileiros e ressaltou a campanha inédita. “Meus parabéns aos nossos esportistas que deram um show. Viva os nossos paratletas”, afirmou.

PORTA-BANDEIRAS – O grande destaque individual da delegação foi Maria Carolina Santiago. Com três ouros e duas pratas, ela ficou em sétimo no quadro de multimedalhistas da competição como um todo, e se tornou a mulher brasileira com maior número de ouros na história. São seis, contando os três que obteve em Tóquio. Carol foi escolhida como uma das porta-bandeiras do Brasil na cerimônia de encerramento, neste domingo, ao lado de Fernando Rufino, que conquistou o ouro neste domingo na canoagem, o bicampeonato dele.

BALANÇO – Para o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado, a campanha foi irretocável. “Maior número de ouros, de pratas, de bronzes, fizemos o absurdo de saltar de 72 para 89 medalhas. Nossa meta era ficar entre os oito, estamos entre os cinco. Em número total de medalhas, só três países estão à nossa frente. Então, realmente é muita felicidade, sensação de que o trabalho vale a pena, compensa, e mais ainda, certeza de que a gente tem grandes guerreiros, porque o que eles fizeram aqui foi digno de nota”, afirmou o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Mizael Conrado, durante coletiva de imprensa neste domingo, em Paris.

O dirigente ressaltou que o Brasil ainda teve chances de fazer uma campanha ainda mais superlativa. Citou o tropeço do futebol de cegos, eliminado na disputa de pênaltis contra a Argentina na semifinal, a derrota inesperada do goalball masculino na semifinal para a Ucrânia, provas definidas em décimos de segundo no atletismo e a infelicidade da recordista mundial da natação, Lídia Cruz, que queimou a largada na final dos 50m livre, prova em que tinha batido o recorde paralímpico na semifinal. Mizael citou ainda a necessidade de aprender lições, em especial no ciclismo. Uma das medidas é incluir na estrutura à disposição do CPB um velódromo para que a modalidade possa crescer ainda mais.

Mizael exaltou o plano estratégico da entidade, que passou a valorizar a descentralização de competições, a criação de festivais para difundir o esporte adaptado, as paralimpíadas escolares, que identificam talentos, os campings no Centro de Treinamento Paralímpico com os destaques e as perspectivas de consolidar uma engrenagem que permita a detecção, treinamento e renovação. “Criamos o Festival Paralímpico, as escolinhas dos centros de referência, que hoje são 72 no Brasil inteiro. Criamos o Camping Escolar, que é a oportunidade para os atletas que têm performance na Paralimpíada Escolar de já iniciar uma transição para o alto rendimento, as seleções de base, as seleções principais. Criamos o caminho do atleta que entra na escolinha e pode parar num pódio aqui em Paris”, completou.

Redação

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