O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), acaba de anunciar o prolongamento da quarentena em todo estado por mais 15 dias a partir desta terça-feira, 7. A decisão de manter a paralisação em todo o estado de atividades não essenciais será mantida até o dia 22 de abril.
A iniciativa de dobrar o período inicial de confinamento em todo estado – que começou no dia 24 de março, com previsão inicial de duas semanas – é amparada por projeções de aumento no número de casos confirmados e mortes em decorrência do novo coronavírus nas próximas duas semanas. Até lá, porém, o governador planeja flexibilizar o funcionamento de atividades que não provoquem aglomerações.
O governador convocou médicos da rede pública e privada de saúde para participar da coletiva de imprensa realizada no início da tarde desta segunda-feira, 6, quando anunciou a decisão de estender a quarentena. A ideia é ressaltar a importância de manter o distanciamento social e rebater pressões de empresários para a retomada das atividades o quanto antes.
Durante o evento, Doria fez um apelo aos médios e grandes empresários para que não realizem demissões. “Empresários que estão nos assistindo neste momento, por favor, façam tudo para não demitir. Parte do sentimento de um bom empresário é reconhecer que sem seus funcionários vocês não teriam chegado aonde chegaram”, disse ele.
O governador citou os ministros da Economia, Paulo Guedes; da Justiça, Sergio Moro; e da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, como defensores das políticas de isolamento. Sem citar nominalmente o presidente Jair Bolsonaro, Doria indagou se “apenas um presidente da República é o certo”. “Será que a ciência está errada? Será que a Organização Mundial da Saúde está errada? Será que um único presidente da República no mundo é o certo? É quem detém o conhecimento para discordar do mundo, que quer proteger vidas? Que quer salvar pessoas?”, defendeu. Doria fez um apelo duro aos que defendem o fim das políticas de isolamento: “Àqueles que incentivam a vida normal, que pressionam o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, e a mim: vocês estão preparados para assinar os atestados de óbito dos brasileiros e carregar os caixões?“. Ele disse também não se pautar pelo “populismo torpe e medíocre”.