Início Araraquara E o povo achando que fala, kkk

E o povo achando que fala, kkk

Artigo

Antônio Mortatti

O intuito não é sacanear o povo, mas convenhamos ler suas mensagens para seus influenciadores no “youtube” é elucidativo quanto a liberdade de comunicação que a internet dá ao público e à multidão. Pode ser risível ou triste depende de quem está observando a interação da pessoa que carrega a opinião do influenciador conforme essa muda.
É normal irmos nos adaptando à opinião dos outros, quanto a isso tudo bem, mas por exemplo, quando um youtuber altera um ponto de vista já falado anteriormente e seus seguidores se adaptam imediatamente respondendo e reproduzindo a nova opinião do seu “influencer”, a esses conectados podemos chamar de “gado”!
Público é uma coisa multidão é outra, o primeiro é a capacidade de pensar junto e emitir uma opinião nova e o segundo é o povo imerso numa experiência emocional.
Até o ano de 1.500 d.C. fora da realidade que era a opinião do rei não existia público, só a multidão, o aparecimento da tipografia nos deu o público, pessoas comuns que publicam algo que ia além da opinião da antiga nobreza.
As pessoas que publicam que se expressam via qualquer meio constituem o público já a multidão são as pessoas que se limitam a estarem capacitadas a sentirem empatia, de terem uma sensação de pertencimento via alguma opinião que se formou longe de qualquer debate ou discussão, bem ao contrário do indivíduo que pública.
Com o aumento da velocidade da informação o público se fortalece junto a multidão pois é tanta notícia que a multidão se perde sem ter chance de uma ação discursiva isso a leva a crer em quem publica.
Hoje com os aplicativos nos celulares a multidão se sente pública se sente jornalista e isso até poderia ser legal a multidão até poderia ser livre rsrs.
Risadas a parte, o público estável usa o jornalismo honesto e convicto para juntar com sua cultura e publicar algo novo. Já a multidão consome além disso o jornalismo ligeiro, versátil e inquieto, popularesco interessado em emoção e isso causa confusão na multidão ensandecida.
A multidão é animal é uma coletividade emocional dominada por interesses materiais que a impede de crescer, de se individualizar e se libertar. A consciência dela é submetida a uma “hipnose” que a faz vivenciar sentimentos básicos de ódio ou o amor ou ainda a dor.
Basta um grupo de pessoas se reunir que um sentimento coletivo acontece fazendo surgir uma maioria que cede a uma nova regrinha ou ideia qualquer e assim vai-se gerando uma nova tradição.
Observando mais nota-se que uma nova ideia coletiva parte da invenção de uma pessoa que aciona um processo de imitação nas pessoas de qualquer multidão.
A imitação é uma prática social que surge de um gênio individual que inventa argumentos e é seguido mesmo se recebe oposição. Essa transmissão de invenções formam os laços sociais entre as pessoas e é isso que importa na prática.
Por este caminho pode-se entender que as imitações são sempre uma crença entre pessoas que vão se imitando para nunca perderem o laço social.
A mensagem de uma invenção de uma pessoa que publica que inventa constrói uma solidariedade entre inventores de “história”. Com o tempo aumenta a fé dos que aceitam a novidade a nova “historinha” e cai a dos contrários.
A imitação vai ocorrendo no sentido da multidão para o público até retornar ao criador num processo que no final une as pessoas nas crenças, nos códigos, na língua, na moralidade, no trabalho e nas artes.
Amarrando tudo isso sarcasticamente rio da multidão que imita, imita até mitar kkk.

Redação

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