A Prefeitura de Araraquara e a Academia Araraquarense de Letras realizaram, nesta quinta-feira (14), na Chácara Sapucaia, a cerimônia de posse à Comissão do Centenário de Macunaíma, instituída por meio da Portaria nº 29.671, de 12 de novembro de 2024.
A missão da comissão será organizar o calendário de eventos comemorativos dos 100 anos da criação e redação do livro “Macunaíma”, do escritor Mário de Andrade, um dos romances modernistas mais importantes da literatura brasileira, escrito em Araraquara
Fizeram parte da mesa de autoridades do ato de posse, além do prefeito Edinho, o presidente da Academia Araraquarense de Letras, Fernando Passos; o Presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Landim; a secretária municipal de Cultura, Teresa Telarolli, o presidente da Comissão, Ivo Dall’acqua Júnior, e o Doutor em Sociologia da Cultura e o grande conhecedor de Mário de Andrade, Maurício Trindade da Silva.
Em sua saudação aos presentes na cerimônia, o prefeito Edinho agradeceu os presentes e destacou a importância da celebração dos anos do livro de Mário de Andrade, escrito na Chácara Sapucaia.
“Araraquara tem que, de fato, organizar um grande evento do centenário de Macunaíma. Não só pela sua relevância na literatura nacional e de todas as reflexões que ele provoca. Só isso já justificaria, claro. Mas também, porque Araraquara tem muito orgulho de sua identidade cultural e de seus construtores. Isso é algo que temos que zelar muito e celebrar muito. Temos orgulho de Macunaíma ter sido escrito aqui e da relação do Mário com a cidade, assim como temos orgulho da Gilda [de Mello e Souza], da Ruth Cardoso, do Luis Antônio [Martinez Corrêa], do Zé Celso [Martinez Corrêa], do Loyola [Ignácio de Loyola Brandão], da Liniker, do Herbert Richers e de tantas outras figuras”, apontou o prefeito, mencionando nomes de alguns araraquarenses de destaque na cena cultural. “O centenário de Macunaíma será celebrado em todo o território nacional, mas nós temos que fazer a celebração mais enraizada, que mais traduza o que o Mário quis construir, porque essa cidade também faz parte do pensamento crítico de Mário de Andrade e da forma como ele se relacionou, debateu com os modernistas e se tornou uma figura tão inquieta. É uma grande herança cultural da nossa cidade e não podemos abrir mão disso. Que a gente possa fazer um grande evento, algo histórico, envolvendo toda a cidade. Fico muito feliz por ser o prefeito que assina essa portaria e cria essa comissão”, finalizou o prefeito.
Fernando Passos, presidente da Academia Araraquarense de Letras, também ressaltou a importância do livro de Mário de Andrade.
“Macunaíma é, para mim, a obra mais importante do Brasil, porque teve uma relevância muito grande naquele momento histórico em que foi escrita. Porque o Brasil não conhecia o Brasil. O livro faz uma tradução do Brasil real, tem essa visão do Brasil sem rodeios, com suas histórias desconhecidas. E é uma obra que foi escrita aqui, portanto, nós temos que fazer com que Araraquara assuma também sua responsabilidade de promover uma releitura depois de 100 anos, para avaliarmos onde evoluímos e onde involuímos. Agradeço a Prefeitura de Araraquara por apoiar essa iniciativa da Academia Araraquarense de Letras”, declarou Fernando Passos, saudando todos os presentes.
“Macunaíma” – título consagrado da literatura brasileira e ícone do Modernismo – conta a história do famoso “herói sem nenhum caráter” que nasceu na floresta e percorre o País atrás de seu amuleto, conduzido por uma narrativa repleta de oralidade. O autor nos revela as mil e uma peripécias do protagonista num Brasil mitológico e folclórico.
Mário de Andrade escreveu a obra “Macunaíma” em Araraquara, na chácara de Pio Lourenço Correa, hoje Chácara Sapucaia, entre 16 de dezembro de 1926 e 16 de janeiro de 1927. O livro foi publicado em 1928.
A Comissão do Centenário de Macunaíma é composta por 10 integrantes. São eles o presidente Ivo Dall’acqua Júnior, como representante do Conselho do Serviço Social do Comércio (Sesc), como presidente da Comissão; Fernando Passos, como representante da Academia Araraquarense de Letras, como secretário da Comissão; Maurício Trindade da Silva, como representante do Sesc São Paulo; Rafael Barcot Tintor, como representante do Sesc Araraquara; Teresa Cristina Telarolli, como representante da Secretaria Municipal da Cultura; Valquíria Pereira Tenório, como representante da Academia Araraquarense de Letras; Alexandre Silveira Campos, como representante da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp Araraquara; Eduarda Escila Ferreira Lopes, como representante da Universidade de Araraquara (Uniara); Ednéia Castro Castagini, como representante do Grupo Mulheres Empreendedoras de Araraquara (MEA), e Carolina Cechella Philippi, como representante da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp Araraquara e da Comissão do Centro Cultural Professores Waldemar Saffioti e Heleieth Saffioti, Chácara Sapucaia.