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Educação integral é discutida com secretária municipal

O vereador Roger Mendes (Progressistas) esteve em reunião com a secretária municipal de Educação, Clélia Mara Santos, para levar alguns questionamentos da população relativos à escola integral. A grande dúvida é se a cidade vai aderir ou não à proposta e, se, caso sim, haverá recursos para tal.

Clélia diz que ainda não há recursos, mas a proposta está nos planos da cidade. “Temos isso como horizonte. Neste ano, a gente começou ‘devagarinho’ a fazer a expansão da Emef ‘Olga Ferreira Campos’. Hoje, nós temos no ‘Olga’ três turmas de período integral, com a possibilidade de fazer a ampliação. Essa é uma proposta.”

A secretária também ressalta que, na rede, já existem 13 unidades ofertando o contraturno, e parte delas já está muito próxima dessa concepção. Fora isso, há uma escola específica de educação integral: a Emef ‘José Roberto de Pádua Camargo’.

Clélia acrescenta que, na rede municipal, há alunos que estudam, por exemplo, na Emef “Gilda Rocha de Mello e Souza”, no Jardim Indaiá, e também estão matriculados no CEC “Aléscio” ou na ABB Comunidade, assim como estudantes do Caic “Rubens Cruz” que estão no Ranchinho, unidade de contraturno. “Dentro da própria unidade, um bloco do ‘Henrique Scabelo’ é dirigido à educação integral com alunos nesse período de, no mínimo, sete horas e meia. O Caic ‘Ricardo Caramuru de Castro Monteiro’ também atende período integral.”

Concepção de escola integral

Clélia explica que, em relação à escola integral, existem diferentes formas de concepção. “É disso que se trata a educação integral: a exposição da criança a mais tempo de percepção da educação e nas suas mais diferentes formas, envolvendo, inclusive, as artes. Essa é a concepção da literatura educacional sobre educação integral. Você tem diferentes arranjos para isso acontecer, como a escola de tempo integral, onde, no mesmo prédio, a criança fica numa jornada de pelo menos sete horas e meia. No município, temos o modelo da Escola José de Pádua Camargo.”

Segundo a secretária, o estado também tem essa configuração em algumas instituições. “É um único modelo? Não. Tanto é que o município, há 25 anos, tem outro modelo de educação, no CEC ‘Piaquara’. O Brasil está começando agora e a gente tem 25 anos de construção disso, que nós chamamos também de educação integral, pois concilia a escola formal com os componentes curriculares necessários e adequados para cada ano dessa criança ao longo do seu período de escolarização na educação básica, mas também traz consigo essa perspectiva da arte, da dança, do reforço escolar como parte integrante desse projeto, desse programa. Por isso que chamamos de educação integral”. Clélia afirma que gostaria muito que as escolas municipais tivessem esses diferentes espaços, mas que o impedimento para isso é financeiro. “A escola ‘Raphael de Medina’, por exemplo, é uma escola grande, mas necessita de um processo de adequação e melhorias do seu espaço. Como é que você imagina essa escola funcionando, no mínimo, sete horas e meia?  Impensável. Onde eles vão ficar? Confinados? Não tem como”, diz, acrescentando que, para eles, o grande gargalo é como fazer no mesmo espaço esse processo.

Para a implantação da escola integral, o estado, segundo ela, teve um pouco mais de facilidade, pois mexeu em toda sua rede. “Por exemplo, escolas que atendiam do primeiro ao nono ano e, agora, vão atender do primeiro ao quinto, e do primeiro ao quinto a gente faz a educação integral. Ótimo, sobrou um monte de espaço para ele (estado). Nós não temos condição de fazer isso. Como no ‘Gilda’ ou ‘Caic Rubens Cruz’, com 1200 alunos, a gente vai começar a atender parcialmente agora? Não podemos. Iremos fugir da obrigação primeira do atendimento público, que é a oferta universal para essa fase da educação. Estamos buscando alternativas para que contemplemos essa realidade, que é uma necessidade para os horizontes da educação. Não é nem pensando na família, embora isso seja importante, mas pensando no estudante, que é poder fazer uma oferta com mais qualidade para ele”.

Nova realidade

O parlamentar também questiona se eventualmente esta nova realidade seria aplicada nas novas escolas que serão construídas ou nas já existentes. De acordo com a secretária, a intenção é fazer um movimento para ampliar o atendimento para os estudantes que estão hoje na rede pública municipal. “Pelo menos, nesse momento de tantas dificuldades, pois a gente não sabe, por exemplo, em que molde a gente terá financiamento, pois o ano que vem será o último do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) nos moldes atuais e não temos nada definido sobre como será o financiamento da educação”.

Redação

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