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Eleição “bang bang”

Tiros no acampamento pró-Lula em Curitiba. No Sul, ônibus de comitiva do PT foi perfurado por balas e, em Minas, Bolsonaro foi esfaqueado

José A C Silva

Em um evento pró-Bolsonaro em Sorocaba, no final de semana, aliados do presidenciável fizeram discursos inflamados. Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) candidato a deputado federal disse que, caso morresse naquele instante, pediria para voltar e morrer “pelo menos trocando um tirinho lá com o pessoal que merece”. Questionado pela reportagem a respeito da capa da revista britânica The Economist que considerou Bolsonaro uma ameaça, o candidato ao Senado Major Olímpio (PSL-SP) afirmou que se trata de especulação plantada e que a revista quer um Brasil corrupto. Já Gil Diniz (PSL-SP), candidato a deputado estadual, admitiu que se aprofundou pouco em questões de impostos. A cena cômica ocorreu quando foi feita uma analogia evocando Ciro, o antigo rei da Pérsia.

Palanque

Na Praça Coronel Fernando Prestes, Centro de Sorocaba, com palavras de ordem que falam em perspectivais de vitória no primeiro turno das eleições de outubro. O público saudou o candidato com gritos de “mito”, repetido várias vezes em coro. Os participantes foram estimados pelos organizadores em cinco mil pessoas, enquanto a Polícia Militar avaliou em mil pessoas. O filho do candidato a presidente, deputado federal Eduardo Bolsonaro, candidato à reeleição, foi o centro das atenções do público e da imprensa.

Outros candidatos da base de apoio a Bolsonaro marcaram presença: o candidato ao Senado Major Olímpio, além dos postulantes a uma cadeira na Assembleia Legislativa, Frederico D’ávila e Gil Diniz, acompanhados dos candidatos à Câmara Federal, o médico Vinicius Rodrigues, o ator Alexandre Frota e o Tenente Guilherme Derrite. O General Mourão, vice de Bolsonaro, tinha presença programada, mas não pode comparecer porque teve que viajar a outro compromisso de campanha no Rio Grande do Sul.

Junto com outros apoiadores da campanha de Bolsonaro, o presidente da Câmara de Sorocaba, Rodrigo Manga (DEM), também estava presente, atento aos discursos no carro de som posicionado em frente ao Clube União Recreativo. Havia entre as pessoas muitas mulheres, adultos em geral, jovens, idosos. As cores verde e amarela se destacavam nas camisetas. Alguns grupos, entre o público, hostilizaram a mídia e a Rede Globo com gritos de “sem vergonha”.

Pesquisa

Em discurso, Eduardo Bolsonaro perguntou ao público: “Vocês acreditam em pesquisa?” Diante da resposta negativa e em coro, ele respondeu, referindo-se às pessoas presentes: “Essa aqui é a melhor pesquisa, isso daqui é o que não tem preço”. Bolsonaro lidera as pesquisas, segundo o DataFolha, com 28% das intenções de voto. Eduardo lembrou que o seu pai sofreu várias agressões até ser vítima do ato mais grave, que foi a facada há duas semanas, e concluiu: “Quem é que são os intolerantes?” Admitiu que os apoiadores de Bolsonaro são “radicais, sim”, mas para combater a corrupção, bandidos e criminosos.

Eduardo também fez referência ao vice do pai: “Quem vota em Bolsonaro vota no General Mourão”. Segundo ele, Mourão defende a família e é a favor da legítima defesa. E prometeu: “A gente quer transformar o Brasil nos EUA, no Japão, em Israel”.

Eduardo tomou como comparação o exemplo da vitória de Donald Trump nos EUA em 2016 para concluir que “no Brasil vai acontecer como nos EUA: o voto silencioso vai comer”. Nesse instante, seu discurso repercutiu com o coro do público: “Primeiro turno, primeiro turno” e “Um, dois, três, quatro, cinco, mil, queremos Bolsonaro presidente do Brasil”.

Gil Diniz acrescentou que “a vitória de Bolsonaro vai vir do interior de São Paulo”, enumerou como fator positivo união de povos que formam o povo paulista (nordestinos, judeus, japoneses, árabes, entre outros), e projetou: “A vitória vai chegar no primeiro turno”. Major Olímpio reforçou: “É a arrancada para a vitória no primeiro turno”.

O Tenente Derritte fez elogios à Polícia Militar, que tinha soldados e viaturas presentes na Praça Coronel Fernando Prestes: “Todos nós estamos aqui, seguros e protegidos, graças àqueles heróis que estão ali, policiais militares”. Todos os oradores criticaram partidos de esquerda, entre os quais citaram o PT, MDB, Psol. “Nossa bandeira jamais será vermelha”, bradou Vinicius Rodrigues.

Entre o público, o consultor José Antonio Pereira, falou: “Nós estamos ocupando espaços, não vai ter mais espaços para os vermelhos”. O promotor de justiça aposentado Adair Alves Filho, que também é oficial da reserva da Polícia Militar, gostou do evento pela participação popular “bem marcante” com idosos, adultos e jovens vendo as autoridades presentes”.

Segurança

O esquema de segurança em torno de Eduardo Bolsonaro foi reforçado. As fotos mostram que ele utilizava colete por baixo da camisa de manga comprida. Vários seguranças fizeram em torno dele um cordão de isolamento após o instante em que ele saiu do carro de som e se dirigiu a um veículo estacionado ao lado da Catedral Metropolitana. Permitiram a aproximação da imprensa e pessoas que insistiram em tirar selfies com o filho de Bolsonaro. (Com dados do Jornal Cruzeiro do Sul).

Redação

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