A candidata à Presidência Simone Tebet (MDB) fez campanha em Araraquara, nessa quinta-feira (8). A emedebista visitou a maternidade Gota de Leite e caminhou pelas ruas da região central ao lado dos companheiros de partido, o candidato a deputado estadual Marcelo Barbieri e o deputado federal Baleia Rossi, que também concorre à reeleição.
Ao lado de apoiadores, a candidata conheceu as dependências da maternidade que é referência em atendimentos e, em seguida, concedeu uma entrevista coletiva em frente ao hospital. Enquanto respondia as perguntas dos repórteres, Simone foi interrompida por uma mulher que a questionou sobre votações suspeitas no Senado. A senadora respondeu que a alegação não era verdadeira e afirmou que respeitava toda forma de manifestação.
Zerar filas do SUS
A candidata prometeu que, caso seja eleita, vai zerar as filas de espera nas cirurgias e atendimentos do SUS no prazo de 2 anos. “Nós temos até dois anos para zerar as filas represadas na pandemia. As filas de exames, atendimentos e cirurgias, serão bancadas com recursos da União para estados e municípios, fundo a fundo, ou seja, executou o serviço o estado paga mês a mês. Nós não podemos é deixar as pessoas morrerem por falta de exame ou de cirurgia. E hoje, estar aqui nessa maternidade que é referência de parto humanizado, é tudo o que nós queremos para o Brasil, pois essa não é a realidade da maioria dos estados e municípios brasileiros. A mulher hoje que vai dar à luz tem que bater de porta em porta, porque ela não sabe em qual maternidade vai ter vaga. Isso vai acabar a partir do ano que vem, desde o primeiro dia da sua gravidez até o final do primeiro ano do seu bebê, ela vai ter toda a assistência por parte do governo federal junto dos estados e municípios. Do enxoval, dos exames pré-natal ao transporte, se precisar, tudo bancado pela união até o primeiro ano. Os municípios que não conseguirem terão o financiamento do governo federal. Lamentavelmente nos últimos dois anos, o governo deixou de financiar a saúde pública no Brasil, hoje é de menos de 50 por cento o financiamento, a gente precisa voltar com esse financiamento da saúde pela união. Hoje os municípios e estados bancam em sua totalidade e a gente não pode esquecer que a tabela SUS está desatualizada há 20 anos. Nós vamos, em quatro anos, aumentar a tabela SUS em 25% para que nenhuma porta fique fechada, para que toda vez que o pobre precise de um atendimento na saúde ele não fique sem atendimento”, destacou a candidata.
Triste página da história
A candidata teceu duras críticas em relação ao comportamento do presidente Jair Bolsonaro (PL), que concorre à reeleição, durante a cerimônia de comemoração dos 200 anos da independência do Brasil, na última quarta-feira (7). “Essa é uma triste página da história do Brasil, nós que estamos aqui não veremos mais uma data tão simbólica como os 200 anos da independência do Brasil e o presidente da república estava muito mais preocupado com a sua masculinidade do que com as mães solos, que têm filhos e depois não sabem se vão dar conta de alimentá-los. A gente precisava comemorar, mas comemorar com orgulho, com patriotismo, com uma fala de um estadista que dissesse ‘eu sei que agora nós temos uma nova independência para fazer, a nova independência daqui para frente é garantir igualdade, é garantir que nenhuma criança passe fome, é garantir educação de qualidade para o filho do pobre, é garantir emprego para o trabalhador’, mas ele não fez um discurso nesse sentido, ele fez um discurso eleitoral para sua trupe, para alimentar o discurso de ódio e de divisão do Brasil e, ainda fazendo a indelicadeza com o presidente de Portugal, que foi afastado de seu lado. Triste Brasil, que nos seus 200 anos de independência, não tem presidente da república”, criticou a emedebista.
Orçamento secreto
Questionada sobre a promessa do presidente Bolsonaro de liberar mais fundos para o chamado ‘orçamento secreto’, a candidata também fez duras críticas. “Se é secreto tem muita coisa errada aí, é dinheiro público, do povo, que não está chegando na ponta, eu atesto para vocês porque eu estou lá dentro. Eu e o Baleia fomos vítimas do orçamento secreto, fomos candidatos à presidência da Câmara e do Senado, onde o orçamento secreto foi escolhido e destinado para parlamentares que apoiassem um determinado candidato. Orçamento secreto é crime, mas é pior que isso, pois ele viola a Constituição na transparência, mas é mais grave do que isso, porque uma parte desse recurso não chega lá na ponta, falsificam-se notas, usam notas frias e embolsam 100% desses recursos. A história dirá a hora que tirarmos esse presidente e, com uma canetada, nós vamos dar transparência no orçamento. Eu exigirei que todos os ministros abram as contas públicas para ver quem indicou, para onde foi e se o dinheiro foi aplicado. Não há problema em o parlamentar indicar esse recurso do orçamento, se ele chegar onde tem que chegar e for bem aplicado. O problema está no sigilo e se ele não for bem aplicado ou se foi 100% desviado”, denunciou a senadora.
Em seguida, a senadora fez campanha pelas ruas do centro de Araraquara acompanhada de companheiros de partido e outras autoridades.
Simone Tebet
A candidata Simone Tebet tem 52 anos e nasceu em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul. Formada pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi deputada estadual e a primeira mulher eleita prefeita em sua cidade natal, Três Lagoas.
No Senado Federal, Simone Tebet presidiu a Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher e foi à primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça. A candidata também disputou a presidência do Senado, sendo a primeira, em 198 anos.