De acordo com os novos dados do Infosiga-SP, sistema do Governo de São Paulo coordenado pelo Detran-SP e gerenciado pelo programa Respeito à Vida, o Estado de São Paulo registrou queda de sinistros sem vítimas fatais ao comparar março de 2023 com março de 2024 em 0,8%. No acumulado do primeiro trimestre de 2024, contra o mesmo período de 2023, há alta de 1,1%. Foram 42.611 sinistros de janeiro a março de 2024 contra 42.163 no mesmo período de 2023.
Em relação às mortes no trânsito durante o primeiro trimestre do ano, o aumento é de 14,5%. Foram 1.347 óbitos de janeiro a março de 2024 contra 1.176 no mesmo período do ano passado. Houve aumento também de mortes em 15,2% comparando o último mês com março de 2023 (508 óbitos em março de 2024 contra 441 no mesmo período de 2023).
Números por modais de março
No último mês, houve também mais óbitos do modal automóvel. Foram 102 vítimas fatais em veículos, contra 94 em março de 2023 – um aumento de 8,5%. Se a comparação for feita quanto ao acumulado deste ano, o aumento é de 17,2% (321 mortes no primeiro trimestre de 2024, contra 274 no primeiro trimestre de 2023).
As motocicletas continuam sendo o modal com maior índice de mortalidade no trânsito estadual. Os sinistros com motocicletas fizeram 207 vítimas fatais nas vias paulistas no último mês – um número que foi de 178 vítimas fatais em março de 2023 (aumento de 16,3%). O índice de crescimento das mortes foi maior no último trimestre – 18% -, em relação aos três primeiros meses de 2023 (551 e 467 óbitos de motociclistas, respectivamente).
Os sinistros com óbitos de pedestres também tiveram aumento no último mês. Foram 116 mortes em março de 2024 contra 102 no mesmo período de 2023. O que significa um aumento de 13,7%. Já o acumulado do último trimestre, teve um aumento de 1,5%, ou seja, 279 óbitos de janeiro a março de 2024 contra 275 no mesmo período de 2023.
O número de óbitos no modal de bicicletas, no último mês, cresceu 34,4%. Foram 43 óbitos em março de 2024 contra 32 em março de 2023. Já no acumulado do trimestre, o aumento é menor. Foi de 5,8%. O que significa 91 mortes de janeiro a março de 2024 contra 86 no mesmo trimestre do ano anterior.
Para os ônibus, há queda tanto no acumulado quanto no mês. Em março de 24 foram 2 mortes contra 6 em março de 23, ou seja, queda de 66,6%. Já no acumulado, a queda é menor, 33,3%, pois foram 4 óbitos de janeiro a março deste ano contra 6 no mesmo período do ano anterior.
Entre os veículos pesados, houve um aumento de 5,55% de óbitos em caminhões em março de 24 contra o mesmo período de 2023 (foram 19 mortes neste ano contra 18 no mesmo período do ano passado. Já no acumulado do trimestre, o aumento é maior, 19,51%, ou seja 49 mortes de janeiro a março de 2024 contra 41 mortes de janeiro a março de 23.
Foco constante na conscientização
O aumento das mortes no trânsito no primeiro trimestre de 2024 demonstra a relevância do reforço dos alertas, por meio das campanhas educativas que insistam na atenção e atitudes cuidadosas. O Detran-SP está focado não apenas na busca pela paz no trânsito, mas também na conscientização de que todos os usuários das vias públicas têm a responsabilidade de garantir a segurança uns dos outros, sejam eles motoristas, passageiros, ciclistas ou pedestres. A educação para o trânsito é um complemento essencial às ações de fiscalização. Ao conscientizar os motoristas sobre a importância de respeitar todos os atores do trânsito, podemos reduzir significativamente o número de sinistros e preservar vidas.
“Toda vida importa; nenhuma morte no trânsito é aceitável”. Na última campanha do Detran-SP, veiculada durante o Carnaval 2024, o foco foi o respeito à vida, às leis de trânsito e ao uso do cinto de segurança, com o mote “Por um Carnaval Melhor na Rua, na Avenida e na Estrada”. Na campanha educativa anterior, em dezembro de 2023, início do período de férias escolares, a autarquia sugeriu que, além de seguir as leis de trânsito, os condutores se planejem antes de sair de casa e mantenham seus smartphones guardados, focando na tranquilidade, para que “a morte também possa tirar férias”.
Sobre o Respeito à Vida
Iniciativa do Governo do Estado de São Paulo, o Respeito à Vida, um dos maiores programas de redução aos sinistros de trânsito do Brasil, atua como articulador de ações com foco na redução de sinistros de trânsito. Gerido pela Secretaria de Gestão e Governo Digital, por meio do Detran-SP, envolve ainda as secretarias de Comunicação, Educação, Segurança Pública, Saúde, Logística e Transportes, Transportes Metropolitanos, Desenvolvimento Regional, Desenvolvimento Econômico e Direitos da Pessoa com Deficiência.
Só em 2023 foram investidos mais de R$ 302 milhões, oriundos das multas de trânsito, em iniciativas voltadas à prevenção de ocorrências e à sinalização em municípios paulistas. O programa também é responsável pela gestão do Infosiga SP, sistema pioneiro no Brasil, que publica mensalmente estatísticas sobre vítimas de trânsito nos 645 municípios do Estado. Mobiliza a sociedade civil em torno de temáticas relacionadas à preservação de vidas no trânsito, por meio de parcerias com empresas e associações do setor privado, além de entidades do terceiro setor. Em outra frente, promove convênios com municípios para a realização de intervenções de engenharia e ações de educação e fiscalização.
Além do Respeito à Vida, o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo adota programas permanentes de ações de Educação para o Trânsito, como Cidadania em Movimento e Educação Viária é Vital.
Operação Direção Segura Integrada (ODSI)
O Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) segue atento para evitar problemas no trânsito envolvendo álcool e direção. Em março, na comparação com o mesmo mês de 2023, o número de ações da Operação Direção Segura Integrada (ODSI) teve aumento de 58,14%. Foram abordados 24.992 veículos em todo o Estado, frente a 15.804 em março do ano passado.
Além de agentes do Detran-SP, as operações contam com o apoio de equipes das polícias Militar, Civil e Técnico-Científica. E têm impacto positivo. Entre os que sopraram o bafômetro em março, caiu o número de casos de motoristas com índice de até 0,33 mg de álcool por litro de ar expelido, ou sob efeito de álcool – o volume passou de 43 para 39, em doze meses, uma queda de 9,3%.
Também foi menor a quantidade de casos de embriaguez ao volante, quando o índice de álcool passa de 0,33 mg de álcool por litro de ar expelido. Foram 5 infrações no mês passado, ante 13 no mesmo período do ano passado. Uma redução de 61%.
Por outro lado, houve mais recusas ao bafômetro: 769 motoristas se negaram a soprá-lo, contra 671 em março de 2023, um aumento de 14,6%.
Vale lembrar que tanto dirigir sob efeito de álcool quanto recusar o bafômetro são consideradas infrações gravíssimas, segundo os artigos 165 e 165-A do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Em ambos os casos, o valor da multa é de R$ 2.934,70 e o condutor responde a processo de suspensão da carteira de habilitação. Se houver reincidência no período de 12 meses, a pena é aplicada em dobro: R$ 5.869,40, além da cassação da CNH.
Já os casos de embriaguez são considerados crimes de trânsito e os motoristas são conduzidos ao distrito policial. Se condenados, além da multa e suspensão da CNH, eles poderão cumprir pena de seis meses a três anos de prisão, de acordo com a Lei Seca, também conhecida como “tolerância zero”.
Reestruturação do Infosiga
O novo Observatório Estadual de Trânsito, sob coordenação do Detran-SP, com o respectivo aperfeiçoamento do Infosiga, está sendo idealizado com o objetivo de promover a análise ainda mais qualitativa dos dados referentes ao trânsito paulista, identificando assim, com mais propriedade, gargalos e demandas mais acentuadas por medidas preventivas, corretivas e assertivas. Mediante investimento de R$ 9 milhões em tecnologias e inteligência artificial, o Observatório trará o Infosiga com informações na nuvem, maior capacidade de processamento e de escalabilidade.
A partir de uma base de dados mais completa, será possível realizar o cruzamento de informações, como: condutores habilitados e veículos registrados no estado de São Paulo, além das infrações de trânsito cometidas pelos motoristas, para fins de geração de políticas públicas voltadas à segurança viária. Há previsão também de cruzamento desses dados com informações de sistemas da Secretaria da Saúde, Instituto Médico Legal, ARTESP, DER, cartórios de registro civil e do aplicativo de trânsito Waze, entre outros.