Estamos cansados de saber que a Coca-Cola é um símbolo onipresente do capitalismo, do “american way of life”, dando sua enorme contribuição ao envenenamento nosso de cada dia. O marketing da bagaça é dos bons! Dos melhores, assim como a própria bebida, mas aí já é questão de opinião.
O caso é que chega dezembro, e com ele, os dias da “Caravana de Natal Coca-Cola”. Dizia a lenda que eram os caminhões que vinham abastecer pontos de venda pela última vez no ano e, por isso, estavam iluminados, musicados, aquele auê todo. Com o tempo, a própria marca admitiu que a caravana é uma parada de natal mesmo. Os caminhões estão vazios e sequer fazem parte da frota utilizada para distribuição.
Aqui no interior, o rolê é suuuuuucesso.
As pessoas se informam sobre dias e horários, sai na imprensa local e na hora combinada, as calçadas ficam cheias de gente esperando. Famílias com crianças e adultos infantilizados compõem o público alvo.
Eu confesso, não saio só pra isso, mas se estiver na rua e passar, eu paro pra olhar.
Ontem teve e o negócio está cada vez mais sem graça. Mas a galera, aaaahhhh a galera sabe fazer um agito!
Não entendi bem o porquê, ao final da caravana tinha um Batman. Roupa colante, capa, máscara e músculos, além da moto gigante. Umas mulheres começaram a gritar: “Ó o Batmam! Que batmão heeeeiimm!” é aí que uma delas berra a plenos pulmões: “Ô Batman, eu sou a Róbia!”
São as pessoas dando um “tcham” nas imposições do capital. Adoro.
Carolina Guimarães.