No dia 27 de dezembro de 2022, o estado de São Paulo registrou o primeiro caso de febre amarela desde 2020. A contaminação se deu em um homem de 73 anos, morador da zona rural de Vargem Grande do Sul. Temendo um retorno mais forte da doença, o Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo emitiu um alerta sobre a importância da vacinação contra a febre amarela durante o período de Carnaval. Cidades do interior de Minas Gerais e Paraná, que fazem divisa com São Paulo, também estão com alerta para a doença.
Em Araraquara, a orientação é a mesma. Apesar de a cobertura vacinal contra a Febre Amarela na cidade ser de 92%, a coordenadora da Vigilância em Saúde, Gláucia Falcoski, destaca a importância da imunização de quem ainda não recebeu a dose, em especial, crianças a partir dos 9 meses.
“A febre amarela é uma doença que evolui com complicações graves e pode levar à morte, principalmente das pessoas não vacinadas. Só temos duas formas de proteção: primeiro a vacinação das crianças e adultos. Todas as crianças a partir dos nove meses e os adultos devem procurar qualquer unidade básica de saúde do município para atualização da carteira de vacinação. A segunda forma de proteção é evitar os criadouros que facilitem a proliferação do mosquito Aedes aegypti nas casas, visto ser o principal vetor do vírus entre as pessoas”, revelou.
Causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores, a febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda que possui dois ciclos de transmissão, que são o urbano e o silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta). Não há transmissão direta de pessoa a pessoa e a infecção é feita somente pela picada dos mosquitos transmissores infectados, entre eles o Aedes aegypti, que é o mesmo transmissor da dengue e de outras doenças como Zika e Chikungunya.
A importância da vacina se dá principalmente por sua gravidade clínica e potencial de disseminação em áreas urbanas infestadas pelos mosquitos. A transmissão não tem participação direta de macacos para seres humanos.
A febre amarela é uma doença de notificação compulsória imediata, o que significa que todo evento suspeito deve ser prontamente comunicado, em até 24 horas após a suspeita inicial, às autoridades locais competentes pela via mais rápida (telefone, fax, email, etc). Essas autoridades devem notificar os eventos de febre amarela suspeitos ao Ministério da Saúde. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferta vacina contra febre amarela para a população. Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, medida que está de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Sintomas
Somente um médico é capaz de diagnosticar e tratar corretamente a febre amarela. Os sintomas são os mesmos em adultos e crianças: febre, dor de cabeça, cansaço, dor muscular, náuseas e vômitos. A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais, mas em casos graves, que atingem cerca de 15% dos infectados, pode ocorrer hemorragia, convulsões, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos) e falência de órgãos, levando até ao óbito. No caso de qualquer um dos sintomas da doença, procure imediatamente uma unidade de saúde para avaliação médica adequada.
Complicações
Em casos graves, a pessoa infectada por febre amarela pode desenvolver algumas complicações, como: febre alta; icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos); hemorragia (especialmente a partir do trato gastrointestinal); e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. É importante salientar que cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem febre amarela grave podem morrer. Assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas, é fundamental buscar ajuda médica imediata.
Tratamento
Ainda não há medicamento para combater diretamente a multiplicação do vírus da febre amarela e é possível tratar apenas os sintomas da doença.
