Na noite dessa segunda-feira (16), no Centro de Referência Afro, foi realizada uma homenagem a todas as vítimas de feminicídio, crime este que vem crescendo consideravelmente principalmente no interior de São Paulo. A coordenação foi do coletivo 4i Artes, representado pelas estudantes Júlia Castro e Juliana Marcondes
O evento contou com uma palestra da advogada Cíntia Crozera que abordou o tema: “O Feminicídio perante a Lei”. Ela afirmou que as mortes de mulheres brancas vêm diminuindo, enquanto que as das negras aumentaram consideravelmente. Foi aberta uma roda de debates para que todos discutissem a vulnerabilidade da mulher na sociedade.
Falando à reportagem de O Imparcial a estudante Julia Castro, de 20 anos, uma das organizadoras do evento, defendeu a informação como meio de reduzir os índices de feminicídio no país. “No caso da vereadora Marielle parecia que estava longe de nós, mas em cerca de um mês seis mulheres foram mortas por companheiros na nossa região, sendo três em Araraquara. A gente precisa levar as informações às mulheres e também aos homens que são os causadores dessas mortes. Temos que dar um basta nisso”, ressaltou a estudante.
Participaram da roda de debates familiares e amigos da jovem Camila Lourenço, que foi morta na semana passada por seu ex-companheiro, com várias facadas. Também durante o encontro, foi discutido o assassinato da estudante Hemilly Brenda Gonçalves de Oliveira, de 14 anos, que foi brutalmente espancada pelo tio que não aceitava o relacionamento da menina com um rapaz mais velho.
Isadora Ramos, estudante do ensino médio, falou sobre o assédio que as mulheres ainda sofrem nas escolas e, que isso, não acontece somente em instituições públicas, mas também nas particulares.
Érica Alexandre, representante do COMCEDIR (Conselho Municipal de Combate a Discriminação e ao Racismo), também fez parte da roda de debates.
O objetivo dos debates foi conscientizar a sociedade de uma série de violências que a mulher sofre diariamente, e que é necessário lutar pelos seus direitos e se atentar, porque na maioria das vezes o perigo mora em casa.