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Feriados em 2021 deverão causar perdas de até R$ 183 milhões ao varejo na região de Araraquara

O varejo na região de Araraquara deixará de faturar cerca de R$ 183 milhões com os feriados e pontos facultativos em 2021, como mostra um levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O montante representa 0,8% de tudo que o setor vende ao longo de um ano – também é praticamente o mesmo que ficar três dias completamente fechado.

No que diz respeito aos efeitos relativos apontados pelo estudo, as lojas de móveis e decoração devem aumentar em 31,7% as perdas de vendas, na comparação com o ano passado. Na sequência estão os supermercados, com 8,2%, enquanto as lojas de vestuário, tecidos e calçados e as farmácias e perfumarias devem registrar neste ano, respectivamente, variações de 4,9% e 3%, no que tange às perdas estimadas por causa dos feriados, sempre na comparação com as perdas que foram projetadas em 2020.

Apesar das lojas de móveis e decoração terem apresentado maior perda relativa na comparação com o ano passado, em valores absolutos a participação do segmento no total do comércio varejista é baixa – o segmento representa apenas 1,4% dos valores totais. Por outro lado, os supermercados representarão 54,2% de todo o faturamento que deixará de ser realizado em decorrência dos feriados e pontos facultativos este ano. Na sequência das atividades que deverão registrar as maiores perdas de faturamento em valores absolutos estão as farmácias e perfumarias, com 24% e 12,5%, respectivamente.

A título de comparação, quando feita a relação com as perdas projetadas para 2020, é provável que o impacto relativo aos feriados seja ligeiramente maior neste ano. Segundo João Delarissa, analista econômico do Sincomercio Araraquara, “considerando o mesmo número de feriados e pontes nos dois anos, o faturamento que deixará de ser realizado pela região em 2021 pode ser até 2,3% maior que os R$ 179 milhões estimados para 2020”. Porém, embora a base de comparação seja a mesma, é preciso considerar que os impactos dos feriados anulados, misturados aos efeitos da pandemia de Covid-19, podem provocar certa inconsistência nos números do estudo, que é feito sempre no início de cada ano e que, em 2020, não considerou os reflexos da pandemia.

Delarissa ainda ressalta que o ano de 2020 foi completamente atípico para todos. “As medidas de restrição das atividades e o isolamento social causaram grandes mudanças nos hábitos das famílias e, consequentemente nos resultados do comércio. Portanto, esse estudo não tem o propósito de refletir com precisão os efeitos que a crise sanitária vem causando sobre a economia do país.” O objetivo principal é que esses dados sirvam de referência para o planejamento dos empresários diante dos desafios crescentes, que vêm sendo enfrentados pelo setor varejista.

Em relação aos fatores que contribuem para as atuais estimativas, ou seja, as razões que explicam a expectativa de maiores perdas este ano, entre eles está o maior tempo de confinamento das pessoas dentro de casa, por motivos de trabalho ou pela própria necessidade de distanciamento social. “Em condições normais, no translado entre casa e trabalho ou durante o horário de almoço, as pessoas circulam pelo comércio e isso estimula o consumo, por meio das compras por impulso, hábito que tem diminuído com as pessoas em casa por mais tempo”, avalia o analista econômico do Sincomercio.

É importante ressaltar, por outro lado, que os gastos com consumo se deslocam parcialmente para outros segmentos, como serviços, bares e restaurantes, deliveries, entre outros. Apesar da atual conjuntura, o turismo também é beneficiado nesses períodos, havendo um relativo balanceamento entre as perdas e ganhos nos diferentes tipos de atividade econômica.

É possível que novas restrições às atividades ocorram em decorrência de incertezas no campo da saúde em 2021. Além disso, a antecipação ou o adiamento de feriados ou datas comemorativas podem interferir na dinâmica do calendário comercial e, por consequência, nos cálculos realizados por esse estudo.

Estado de São Paulo e Brasil

A FecomercioSP também realizou o cálculo do impacto para o comércio paulista. A estimativa é de o varejo deixar de faturar R$ 6,4 bilhões, 5,2% a mais do que havia sido projetado para 2020, antes da pandemia. Os supermercados devem deixar de faturar R$ 3,53 bilhões, seguido de Outras Atividades (R$ 1,46 bi), Farmácias e Perfumarias (R$ 767 mi), Vestuário, tecidos e calçados (R$ 497 mi) e Móveis e decoração (R$ 154 mi).

Já as projeções nacionais dão conta de uma perda de faturamento na casa dos R$ 15,8 bilhões. O dado projetado para este ano é 7,1% superior ao de 2020. As razões são semelhantes tanto na esfera nacional quanto na estadual e municipal: desestímulo às compras por impulso, em decorrência da queda de circulação das pessoas, e também uma expectativa de crescimento nas vendas do varejo nacional em 2021, que deve causar, portanto, maiores perdas quando fechado.

Redação

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