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FIDA inicia na quarta (23) a exibição de projetos de dança selecionados por edital

A programação do FIDA (Festival Internacional de Dança de Araraquara) inicia nesta quarta-feira, 23 de setembro, a exibição dos projetos selecionados por meio de edital de fomento de cultura local. Também, apresentações de outras obras audiovisuais e uma live com o tema “Insurgências de corpos negros femininos no fazer artístico” estão na agenda do dia. A programação é veiculada ao canal da Prefeitura de Araraquara no Youtube (www.youtube.com/prefeituradeararaquaraoficial), com link disponibilizado na página provisória da Prefeitura no Facebook (@MunicípioAraraquara).

O trabalho audiovisual “Andanças”, do artista visual e fotógrafo Paulo César Lima, que reúne o resultado de 15 anos das fotografias de espetáculos de dança feitas no Brasil e no mundo, abre a programação às 18 horas.

Na sequência, será realizada a live “Insurgências de corpos negros femininos no fazer artístico”, com: Neila Dória (Brasil), Marilza Oliveira (Brasil) e Mestra Joana (Brasil), sob a mediação de Luzinete Silva. A curadora do FIDA 2020, Gilsamara Moura – também idealizadora do FIDA – lembra que a live reúne mulheres potentes, mestras do Axé, do Maracatu, da Dança. “Elas vão discutir e partilhar suas práticas artísticas que se relacionam a questões caras hoje, como: feminicídio, racismo, necropolítica, insurgências”, explica.

A mediadora, a bailarina Luzinete, explica que a live traz como proposta um diálogo sobre corpo, dança, pensamento e atravessamentos, a partir de três lugares. “Com uma fala de uma mulher negra dentro da universidade, outra fala de uma mulher negra da comunidade e, por fim, a fala de uma mulher negra na performance”, conta e questiona: “como esses olhares se retroalimentam e trazem espaços de visibilidade para esse corpo político em questão?”.

Após a live, será exibido o vídeo comemorativo “Gestus 30 anos”, produzido pelo Grupo Gestus e Índio Medeiros. O vídeo é a primeira ação de celebração de três décadas de trabalho contínuo em dança, política e pensamento contemporâneo do grupo de dança contemporânea Gestus que, agora, oferece a Araraquara este presente dentro de um evento que marcou sua trajetória: o FIDA.

O FIDA 2020 apresenta uma parceria com a Universidade Federal da Bahia – por meio da Escola de Dança, Programa de Pós-Graduação em Dança (PPGDança), Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas (PPGAC), Grupo de Pesquisa Ágora: modos de ser em Dança (CNPq/UFBA) e PRODAN; Secretaria Municipal da Educação; Balangandança Cia. de Dança (SP), Centro da Juventude de Araraquara e Corpo Rastreado. Toda a programação é gratuita e aberta aos interessados.

Sopro – Por fim, será exibido “Sopro”, de Beatriz Borghi, marcando o lançamento dos vídeos selecionados especialmente para o FIDA por meio de edital. A dança “Sopro”, inspirada na poesia existencialista da escritora Hilda Hilst e criada e interpretada pela bailarina araraquarense Beatriz Borghi, reflete sobre as abordagens das dimensões conflitantes de dupla natureza humana – corpo e mente – que a escritora e poeta desdobra em seus textos, refletindo sobre a existência e o tempo que corre, mas que se suspende quando nos envolvemos com as memórias do corpo.

“É uma dança que reverbera movimento e pulsação a partir do princípio da sua própria existência, do encher e esvaziar o corpo de ar. Nessa dança pulsante e densa, a intérprete vivencia a poética através de sua própria individualidade e da dinâmica de tempo e fluxo que a efemeridade da vida lhe propõe”, explica Beatriz.

Beatriz Borghi é artista da dança, performer, produtora cultural, professora, arte-educadora e videomaker. A araraquarense iniciou seus estudos em dança na cidade, graduou-se bacharela e licenciada em Dança pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e atualmente desenvolve seus trabalhos artístico-culturais de maneira autônoma. Atualmente pesquisa, de maneira autônoma, as potências físicas e criativas entre dança e kung fu através da circulação da energia vital (Qi Gong) e cria-estuda-flerta o intercâmbio e a poesia da dança com a linguagem audiovisual através da videodança.

Vale destacar que, de 23 a 27 de setembro, serão exibidos os vídeos selecionados por meio de edital de fomento municipal. Participam: “Sopro”, de Beatriz Borghi (dia 23); “Morada da Saudade”, de Vita Pereira (dia 24); “Respirar”, de Suelen Cristina dos Santos (dia 25); “Empoderamento feminino através da dança com espada”, de Valéria Dias Pestana (dia 26); “Nada a Fazer”, de Irail Rezende e Rodolfo Groppo (dia 27); e “Duas é Par”, de Julianetti & Silva (dia 27).

Confira os convidados da live “Insurgências de corpos negros femininos no fazer artístico”

Marilza Oliveira: Artista da Dança, artivista. Doutoranda no Programa Multi-institucional e Multidisciplinar em Difusão do Conhecimento/ UFBA. Mestra em Dança e Especialista em Estudos Contemporâneos pelo PPGDança/UFBA. Licenciada e Bacharel em Dança/UFBA. Professora da Escola de Dança da UFBA, atuando na área de conhecimento referente aos Estudos do Corpo com ênfase em Danças Populares, Indígenas e Afro-Brasileiras. Integrante do Grupo Porra de Pesquisas em Dança e Rede Africanidades, ambos da UFBA.

Neila Dória: é moradora de Araraquara-SP. Artista da dança, atriz e professora. Graduada em Ciências Sociais Unesp/FCLAr, mestranda em Sociologia PPGS/Unicamp, licencianda em Dança EaD UFBA. Integrante da Cia Cais do Porto. Desenvolve seu trabalho autoral vivenciando diálogos entre dança contemporânea, teatro, relações étnico-raciais, performance, educação somática e manifestações da cultura popular afro-brasileira.

Mestra Joana Cavalcante: primeira mulher a comandar uma nação de Maracatu de baque virado no Brasil: o Encanto do Pina. Já foi vigilante, doméstica e babá. É professora, coreógrafa, mãe e neta da Yalorixá D. Maria de Quixaba, sacerdotisa do Ylê Axé, foi confirmada Yakekeré: Mãe Pequena do Terreiro.

Luzinete Silva: Dançarina do Grupo Gestus e Grupo Embalanço, especializada em Estudos contemporâneos em Dança (UFBA), Suplente na Cadeira de Dança dentro do Conselho De Cultura de Araraquara-SP

 

Redação

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