A vereadora Filipa Brunelli (PT-Araraquara) registrou sua candidatura à Secretaria Estadual LGBT do Partido dos Trabalhadores de São Paulo, em representatividade e em Chapa de Coletivo Estadual, que em um movimento que pode representar um marco histórico: pela primeira vez, uma travesti pode integrar a Executiva Estadual do PT. Além da candidatura, Filipa traz uma forte Chapa para o Coletivo Estadual, que traz dentre seus componentes, a representatividade sobre quem somos nós e cada território deste Estado.
Filipa é a primeira mulher trans eleita vereadora em Araraquara e foi reeleita em 2024, consolidando sua trajetória política como uma das vozes mais ativas na defesa dos direitos humanos, da diversidade e das políticas públicas de inclusão. Atualmente, ela também ocupa a Secretaria Municipal LGBT e foi a primeira parlamentar travesti a liderar uma bancada legislativa do PT no país.
Natural de Araraquara — mesma cidade do presidente nacional do PT, Edinho Silva — Filipa iniciou sua trajetória como gestora de Políticas LGBT na administração municipal, onde ajudou a criar e fortalecer ações voltadas à cidadania e ao acolhimento da população LGBTQIA+. Agora, leva essa experiência ao cenário estadual com o objetivo de ampliar a presença e a representatividade da diversidade dentro das instâncias de decisão partidária.
“Eu trago comigo o protagonismo de toda a comunidade LGBT. Cada travesti, cada mulher e homem trans, cada gay, lésbica, bissexual e pessoa não-binária que ousou existir politicamente. Nossa presença é resistência, e o PT é o espaço onde a diversidade pode e deve ocupar o poder”, declarou a vereadora.
Histórico do PT nas políticas de diversidade
O Partido dos Trabalhadores tem papel central na construção das políticas públicas voltadas à população LGBTQIA+ no Brasil. Foi durante governos petistas que surgiram iniciativas históricas como o Programa Brasil Sem Homofobia (2004), o Plano Nacional de Promoção da Cidadania LGBT e as Conferências Nacionais de Políticas Públicas LGBT, além da criação da Secretaria Nacional LGBTQIA+, que consolidaram o PT como o partido que mais implementou ações estruturantes na área da diversidade.
A luta por representatividade
De acordo com dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), o Brasil elegeu 78 pessoas LGBTQIA+ em 2024, sendo 17 delas trans ou travestis, número recorde, mas ainda muito abaixo da representatividade ideal. Travestis e mulheres trans seguem ocupando menos de 0,03% dos cargos eletivos no país, evidenciando a importância de ampliar a presença dessas vozes também nas estruturas partidárias.
“O PT sempre foi o partido de quem luta pelos invisíveis. Agora é hora de reafirmar esse compromisso colocando a diversidade no centro das decisões. Nossa existência é política — e o poder também precisa ter o nosso rosto”, afirmou Filipa.
Caso seja eleita, Filipa Brunelli será a primeira travesti a compor a Executiva Estadual do PT-SP, carregando consigo não apenas sua trajetória pessoal, mas o protagonismo coletivo da comunidade LGBTQIA+, símbolo de resistência, coragem e transformação social dentro da política brasileira.