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GCMs entregam cargos em apoio a comandante exonerado

O caso foi denunciado ao Ministério Público do Trabalho pelo SISMAR já na tarde desta quinta-feira (18)

A Guarda Civil Municipal de Araraquara está sem comando pela primeira vez na história. O subcomandante e quatro dos cinco inspetores saíram junto com o comandante que alega ter sido perseguido, assediado e destituído do cargo

Segundo o Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara e Região (SISMAR), o agora ex-comandante da GCM Danilo Soler foi perseguido pelo governo Lapena e destituído do cargo nesta quarta-feira (18). Em solidariedade a ele, cinco dos outros seis GCMs que ocupavam cargos de confiança, como subcomandante e inspetores, entregaram seus cargos. Somente um inspetor se manteve na posição.

Em nota publicada em suas redes sociais na tarde desta quinta-feira (18), Soler denuncia ter perdido o cargo por não compactuar com mentiras, perseguições, vaidades políticas e pedidos de atuação contrários ao interesse público.

Na carta em que entregam seus cargos, os demais GCMs também fazem acusações duras. “A decisão se dá em virtude de ingerências diretas e recorrentes do Secretário Municipal de Segurança e Mobilidade Urbana, Sr. Adalberto José Ferreira, que têm comprometido a autonomia administrativa e operacional da Guarda Civil Municipal, bem como prejudicado o pleno exercício de nossas atribuições” afirmam no documento.

É a primeira vez que a GCM fica sem comando, em 24 anos de existência da corporação na cidade.

Para o SISMAR, este é mais um caso que escancara o modo de trabalho do governo municipal, que usa o assédio como ferramenta de gestão, retaliando, punindo e perseguindo servidores pelos mais variados motivos.

O assédio no ambiente de trabalho traz consequências trágicas não só para a vítima, mas para todo o setor e inclusive gera gastos para o Estado, com afastamentos e ações judiciais.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2019, firmou sua Convenção 190, sobre a Violência e o Assédio, na qual reconhece oficialmente a violência e o assédio no mundo do trabalho como possíveis violações ou abusos dos Direitos Humanos.

Ministério Público

Este caso foi denunciado ao Ministério Público do Trabalho pelo SISMAR já na tarde desta quinta-feira (18). O Sindicato ressalta que todos os demais casos que vierem ao conhecimento da diretoria também serão denunciados, porque essa prática não pode continuar.

“Pelo apoio que o agora ex-comandante teve dos seus colegas GCMs e da população em geral, vai ser extremamente difícil que o governo consiga recuperar o ambiente de trabalho saudável da corporação e o respeito da comunidade pela Administração”, entende o SISMAR.

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