O vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, afirmou que nesta semana, por meio de um decreto, o governo deverá divulgar critérios objetivos para a volta opcional às aulas. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (19) durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes.
Sem informar uma data específica para a publicação do decreto, Garcia lembrou que as prefeituras terão autonomia para decidir sobre a situação de cada município.
O retorno das aulas presenciais das escolas públicas e particulares de São Paulo foi adiado de 8 de setembro para o dia 7 de outubro. O anúncio oficial foi feito na coletiva da sexta-feira (7) pelo governador João Doria (PSDB).
Segundo o governo estadual, a ideia é que as escolas realizem uma fase prévia com atividades presenciais de reforço antes deste retorno geral apenas para 20% dos alunos. Isso porque há o entendimento que essa é uma forma de um retorno ainda mais gradual, começando pelos alunos que apresentam mais dificuldades.
Na capital, porém, o prefeito Bruno Covas suspendeu o retorno das atividades de reforço presencial em setembro. Isso por que, de acordo com o inquérito sorológico realizado pela administração municipal, as crianças e adolescentes são agentes transmissores do novo coronavírus para familiares.
O estudo revelou que 64,4% das crianças diagnosticadas com coronavírus são assintomáticas. “O ambiente escolar e os alunos podem ser um fator de disseminação muito grande, vai para a família e da família para a comunidade”, afirmou Edson Aparecido, secretário municipal de saúde.
Segundo o inquérito, 25,9% dos escolares da rede pública permaneceram em domicílios com moradores de 60 ou mais anos. “A paralisação das aulas se mostrou correta, as famílias aderiram ao distanciamento protegendo as crianças em suas casas e evitando a contaminação comunitária”, disse o secretário.
Com isso, o prefeito Bruno Covas afirmou que seria temerário programar a volta às aulas para setembro. “É muito mais complicado manter o distanciamento social dentro da sala de aula. Além disso, a pesquisa mostra que 2/3 das crianças foram assintomáticas. Um número maior do que mostra o inquérito da população como um todo”, disse. “Na cidade de São Paulo não haverá o retorno das atividades de reforço presenciais, como o Estado autorizou, em função deste resultado do inquérito sorológico”, afirmou Covas.
“Determinei que as crianças continuem a aprender dentro de suas casas. Ainda nesta semana o secretário Bruno Caetano deve anunciar medidas para atender essas crianças para que possam ter conteúdo pedagógico no momento em que mantemos a quarenta em São Paulo”, disse Covas.