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Governo quer aumentar acompanhamento de transferências da União

A Secretaria de Gestão do Ministério da Economia (Seges) quer viabilizar o monitoramento e o controle por qualquer cidadão das transferências feitas pela União, inclusive com a alimentação de fotos em sistema georreferenciado.

De acordo com o Programa de Integridade de Transferências da União, todos os dados relativos a repasses a mais de 30 mil organizações civis, 5.570 municípios e 26 estados e o Distrito Federal poderão ser acessados por qualquer pessoa na Plataforma +Brasil, desenvolvida pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). A alimentação de todos os dados deverá estar concluída até 2022.

Segundo apresentação encaminhada à Agência Brasil, o valor total de transferências no ano passado foi de R$ 370 bilhões. De cada R$ 100 repassados R$ 93,78 foram de transferências obrigatórias e R$ 6,21 foram de transferências discricionárias específicas.

As principais transferências obrigatórias, segundo o Tesouro Nacional, são o Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE), o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), o Fundo de Compensação pela Exportação de Produtos Industrializados – FPEX, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR).

São despesas discricionárias as operações voluntárias da União condicionadas à celebração de instrumento jurídico (contrato ou convênio) com estados, municípios, organizações civis, organismos internacionais. Segundo o secretário de Gestão do Ministério da Economia, Cristiano Rocha Heckert, mais da metade dessas transferências são para a saúde e a educação. A proporção inclui investimentos em obras e gastos de custeio.

A disponibilização dos dados é paralela ao Programa de Integridade da Controladoria-Geral da União (CGU), que inclui “conjunto estruturado de medidas institucionais voltadas para a prevenção, detecção, punição e remediação de práticas de corrupção, fraudes, irregularidades e desvios éticos e de conduta”.

De acordo com Heckert, “a integridade fala mais da pessoa. Em ela agir com integridade no trabalho. Isso passa por ser transparente, não cometer atos de corrupção”.

Apesar de a iniciativa ter o propósito de coibir fraudes e desvios com recursos de transferências, o secretário de Gestão assinala que “a má fé é um problema, mas não é o maior”.

Para ele, “a principal dificuldade é a falta de capacidade institucional de quem recebe os recursos para executar esse dinheiro, especialmente os municípios menores. Recursos que são repassados para fazer uma obra, como uma creche ou pavimentação de uma rua, e chega lá o município não tem condição de fazer um projeto básico de engenharia, de fazer uma licitação, de contratar, ou de conseguir as licenças ambientais”.

A Plataforma +Brasil terá três níveis de funcionalidade: Cidadão + Brasil, para pessoas comuns acompanharem o andamento de projetos financiados pela União; Gestão + Brasil, para informação diária dos gestores responsáveis; e a Fiscalização +Brasil, para acompanhamento do status de cada ação, inclusive com fotos postadas por cidadãos comuns.

O governo federal já dispõe de sistemas que permitem acompanhamento do uso de recursos públicos, inclusive transferências, como Sistema de Convênios; o Tesouro Transparente; o Painel de Integridade Pública; e o Portal da Transparência. (Agência Brasil)

Redação

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