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Grupo de Araraquara reúne doações para vítimas das chuvas no Sul do país

Até agora, seis caminhões já foram enviados com mercadorias diversas para várias cidades afetadas

Por José Augusto Chrispim

A situação caótica vivida pela população atingida pelas fortes chuvas que atingiram grande parte do estado do Rio Grande do Sul despertou o sentimento de cooperação no povo brasileiro que sempre se une em momentos de dificuldades como esse. E, em Araraquara não é diferente.

Um grupo formado por pessoas da sociedade civil e empresários está reunindo doações em um barracão com uma grande estrutura de estoque e logística para que essas mercadorias cheguem às pessoas que necessitam dessas doações.

Apesar de todos os esforços do governo federal para amenizar as dificuldades vividas pela população do estado do Rio Grande do Sul, toda ajuda é bem-vinda.

Os números da tragédia

Já chega a 149 o número de pessoas mortas em decorrência das chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul ao longo das últimas duas semanas. Segundo balanço da Defesa Civil divulgado a noite da terça-feira (14), o estado tem ainda 112 desaparecidos e pessoas 806 feridas.

Ao todo, 2.124.553 pessoas foram afetadas. Elas estão distribuídas em 446 municípios gaúchos. Segundo a Defesa Civil, 538.245 indivíduos estão desalojados e 79.494 foram para abrigos.

Desde o início das operações de resposta à tragédia ambiental, 76.483 pessoas e 11.002 animais foram resgatados.

Solidariedade araraquarense

A reportagem de O Imparcial conversou com uma das organizadoras do grupo, a vendedora Heloísa Borges, que relatou a sua surpresa com a solidariedade do povo araraquarense. “Nosso projeto começou de forma despretensiosa, a intenção era levar um caminhão, mas, graças a Deus, aos poucos cresceu e tomou esse tamanho incomensurável. Mas, a nossa intenção é ajudar a todas essas pessoas e não tem como descrever a nossa gratidão por todos que estão nos ajudando. A solidariedade do povo araraquarense nos surpreendeu de forma positiva. A gente espera que isso continue, que essa ajuda continue chegando e que as pessoas continuem a ajudar a fazermos esse trabalho”, ressaltou Heloísa que é gaúcha, mas mora em Araraquara há alguns anos.

Iniciativa

De acordo com Heloísa, a iniciativa do projeto foi de dois amigos, Matheus e Daniel, que sentaram e pensaram em uma forma de ajudar. “No domingo de madrugada, eu conversei com eles pelo Instagram e chegamos a um acordo de pedir ajuda pelas redes sociais. Apesar de estarmos à frente do projeto, todos os dias passam mais de 50 voluntários por aqui e não teríamos como contar o número de pessoas que já nos ajudaram”, ressalta.

Trabalho voluntário

Questionada sobre como está sendo feito o transporte das mercadorias para o sul do país, a organizadora respondeu que algumas transportadoras estão fazendo esse trabalho de forma voluntária sem gerar custo nenhum para os organizadores. De acordo com ela, três carretas com 100 toneladas de doações já chegaram ao Rio Grande do Sul no início dessa semana e outras três carretas já estão a caminho.

 “Aqui tudo é voluntário, a gente não tem envolvimento com políticos e nem com órgãos públicos, aqui é tudo feito através de doações de pessoas da sociedade civil e também de vários empresários de Araraquara que preferem ficar anônimos. Eu costumo dizer que não somos nós que estamos ajudando o pessoal do Sul, mas, o pessoal do Sul que está nos ajudando a sermos melhores”, relata.

Coleta

Heloísa relatou que, a partir da semana que vem, a empresa Paraty que é um dos parceiros do projeto, fará a coleta de doações nos bairros de Araraquara para facilitar o trabalho.

Logística

O grupo trabalha em conjunto com pessoas que estão nas cidades que estão recebendo essas mercadorias para que seja feito um trabalho de logística. “Nós estamos falando a todo o tempo com o Roger e a Mayara, além de um pastor que está na linha de frente lá em Viamão, onde eles estão preparados para receber essas mercadorias e fazer a distribuição. A gente adotou algumas cidades em específico, porque as mercadorias não estavam chegando a esses municípios, entre eles Viamão, Novo Hamburgo e São Leopoldo”, explicou.

Trabalho continuado

Para os organizadores, o trabalho não tem data para terminar e deve seguir mesmo depois que as águas abaixarem e as pessoas voltarem para suas residências. “Nós vamos trabalhar de forma contínua enquanto for necessário e pretendemos diversificar as doações no futuro com mercadorias como eletrodomésticos, entre outras, quando as pessoas começarem a voltar para as suas casas, inclusive, já temos a garantia de transporte a custo zero pelas transportadoras que estão nos ajudando”, ressaltou.

Como ajudar?

Heloísa explica que quem quiser e puder ajudar, pode ligar para o grupo no telefone: (16) 988481608 e falar com Matheus, que a Paraty vai até a casa dela buscar.

Ou pode levar as doações até a sede da Oka Eventos que fica na Rua Virma Melloni, Jardim Bandeirantes, Araraquara.

Redação

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