Odiado por muitos, e, ao mesmo tempo, adorado por outros, o horário de verão está em sua reta final. No próximo dia 17, um domingo, moradores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país deverão atrasar o relógio em uma hora.
O horário de verão desta vez começou mais tarde do que o habitual, dia 4 de novembro. Nos anos anteriores, o início era sempre no mês de outubro. O presidente Michel Temer, à época, aprovou tal mudança depois de um pedido do ministro Gilmar Mendes, que queria evitar atraso na apuração de votos da eleição presidencial.
O objetivo do horário estendido sempre foi uma questão de economia. A ideia é estimular as pessoas a aproveitarem a luz natural com o dia mais longo, evitando assim o consumo de energia elétrica, especialmente entre o fim da tarde e começo da noite.
Opiniões diversas
De acordo com o estudante Victor Douglas Dantas, a estratégia de economia já faz algum tempo que não vem dando certo, e ele aponta um culpado: o calor. “Se o propósito é a economia de energia, não vejo muita efetividade, pois o calor faz você gastar com ventiladores e ar-condicionado. Ou seja, tem um efeito reverso”, opina. “Eu particularmente gosto [do horário de verão], aproveito mais meu dia”, finaliza Victor.
Para o operador de máquinas Hugo de Sousa Andrade, o fato da mudança de horário o prejudica para o trabalho. “Entro no trabalho as seis, essa hora de sono a menos acaba fazendo falta. Além de ser ruim quando chega à empresa e está escuro ainda. É uma sensação estranha, eu não gosto não”, realça.
Há ainda aqueles que ficam indiferentes, é o caso do projetista Guilherme Barbosa. “Não muda para mim. Minha rotina é do trabalho para a faculdade, eu praticamente não aproveito nada do horário de verão. Diria que a rotina é um limitante para eu me sentir afetado pelo horário de verão”, explica.
O que diz a especialista?
E segundo a médica da família, Ana Paula Urdiales Garcia, manter a rotina é essencial. “Nós somos seres adaptáveis, é importante manter nossa rotina, principalmente na questão do sono”, ressalta a médica.
Dormir no horário habitual, segundo a especialista, ajuda na produção de um hormônio primordial para o bem-estar. “Se a pessoa, por exemplo, costuma ir dormir as 10h, que ela continue indo as 10h e não 11h. Isso estimula a criação da melatonina, que é substancialmente importante para uma alta qualidade de vida”.
Por fim, Ana Paula diz algumas coisas que podem ser tidas como “efeito colateral” dessa mudança. “Pode causar irritabilidade, falta de concentração, perda da qualidade do sono. Mas como é apenas uma hora de diferença, a tendência é o corpo se adequar”, finaliza a especialista.