As Olimpíadas de Tóquio, que são disputadas até o dia 8 de agosto, trazem uma novidade que vem atraindo a atenção dos amantes de esportes radicais. Pela primeira vez, o skate passou a integrar o programa olímpico e logo no primeiro final de semana já assegurou duas medalhas de prata para o Brasil com Kelvin Hoefler e Rayssa Leal. Em Araraquara, a modalidade se fortalece a cada dia e tem justamente nos Jogos Olímpicos uma perspectiva de uma evolução ainda maior.
Bruno Rafael Confronieri, que é monitor de skate das Escolinhas de Esportes de Araraquara há três anos, acredita que a visibilidade da modalidade no Japão pode ser um divisor de águas para o esporte. “Acredito que através da inclusão do skate nas Olimpíadas, o esporte consiga crescer e possibilitar maior difusão dentro das práticas escolares, já que a grande maioria dos praticantes são jovens e adolescentes”, destaca o professor, que tem 30 anos e é formado em Educação Física e pós-graduado em Fisiologia do Exercício pela Universidade Federal de São Carlos.
Ele explica que alguns fatores exigidos em modalidades olímpicas podem resultar em um novo segmento do skate, que permitirá a mais atletas conseguirem viver profissionalmente dele. “A palavra ‘skate’ sempre esteve agregada à política, arte, cultura, lazer e também como esporte, porém com as Olimpíadas vamos conseguir entender melhor, para as futuras competições, que o skate como esporte olímpico deve ser treinado exaustivamente e organizado como qualquer outra modalidade de competição. Isso se contrapõe totalmente com o skate de rua, que vem sendo praticado desde sempre, onde o importante é a criatividade e o lazer. Com as Olimpíadas, cria-se um novo nicho do skate, possibilitando melhoria de carreira para atletas profissionais e tornando possível o sonho de tantos, que é viver do esporte”, analisa.
As Escolinhas de Esportes de Araraquara contam com 15 participantes com idade de 6 a 16 anos, porém o monitor acredita que mais alunos serão influenciados pelo clima olímpico. As aulas presenciais serão retomadas ainda em agosto. “O skate é um esporte caro e poucos conseguem acesso aos materiais. Com uma visibilidade maior, novos projetos poderão surgir e melhorar o acesso à modalidade”, justifica Bruno, que cita ainda outros benefícios resultantes da prática da modalidade. “Os praticantes de skate desenvolvem tanto as partes físicas e motoras como também o social e intelectual. Apesar de ser um esporte desafiador, ele também proporciona a superação individual”, acrescenta.
Ele faz uma boa avaliação do cenário atual do skate na cidade e acredita que os projetos da Prefeitura gerarão, em breve, bons frutos para o esporte. “O skate em Araraquara conta com um número bom de praticantes, pois se trata de uma cidade preocupada com o esporte, conta com uma pista de skate bem localizada, de fácil acesso a boa parte da população, e conta também com várias skateshops. É claro que ainda estamos engatinhando com o skate de Araraquara, mas isso, através do trabalho e da prática da modalidade, vão dar novas perspectivas”, finaliza Bruno.
Foto: Arquivo pessoal