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Judith Lauand: exposição na Biblioteca Mário de Andrade se estende até 02 de dezembro

Mostra teve início em agosto e chega na reta final; MASP também homenageia a artista

A artista Judith Lauand – a dama do concretismo brasileiro e aluna da antiga Escola de Belas Artes de Araraquara – nesta semana ganhou uma grande exposição realizada pelo MASP-SP – “Judith Lauand: desvio concreto”. Porém, os araraquarenses também têm a chance de conhecer mais a obra de Judith, com os últimos dias de “Exposição Concreta: Judith Lauand 100 anos” na Biblioteca Municipal Mário de Andrade, em Araraquara.

“Exposição Concreta” presta uma homenagem à artista que completou 100 anos este ano. A mostra conta com 27 gravuras da artista que compõem o acervo da Pinacoteca Mário Ybarra de Almeida, além de uma tela em óleo “Mulheres”. Vale destacar que três obras que compunham Exposição Concreta – “Abstrato”, “Construção” e “Sem título” (da escola concretista) – foram emprestadas à exposição do MASP, “Judith Lauand: desvio concreto”.

A secretária de Cultura de Araraquara, Teresa Telarolli, lembra que é de grande importância este intercâmbio entre instituições. “Ficamos felizes em saber que nosso acervo faz parte desta exposição marcante no MASP.” A secretária conta que, antes das obras serem enviadas a São Paulo, foram expostas para comunidade na exposição da Biblioteca Municipal, no período de agosto a setembro.

O coordenador de Acervos e Patrimônio Histórico, Weber Fonseca, aponta que Judith Lauand foi além do concretismo. “Em Exposição Concreta podemos também ver o figurativo, temas diversos, a valorização da figura feminina e da cultura popular, bem como diferentes técnicas como o óleo em tela, técnica mista e xilogravura”.

As visitas são gratuitas e seguem até 02 de dezembro, de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 19 horas. A Biblioteca Municipal Mário de Andrade está localizada na Rua Carlos Gomes, 1729, no Centro de Araraquara.

Sobre a artista – Judith Lauand nasceu em Pontal-SP em 26 de maio de 1922. Em 1950, formou-se na Escola de Belas Artes de Araraquara, tendo aulas com Mário Ybarra de Almeida e Domenico Lazarini. Dois anos depois, formou-se em gravura com Lívio Abramo.

Em 1954, a artista conheceu o movimento concretista e neste mesmo ano realizou sua primeira exposição individual. Um ano depois foi convidada a integrar o Grupo Ruptura, movimento que consolidou a arte concreta no Brasil. Até o fim do grupo, Judith foi uma das principais representantes e única mulher entre os artistas brasileiros e estrangeiros. Judith Lauand passou a ser um nome reconhecido e premiado internacionalmente, com participações importantes em exposições coletivas e individuais.

Judith foi uma artista de intensa atividade durante toda a sua carreira, com obras que nunca perderam suas características marcantes. Notável pela precisão das obras, ela evidencia em suas produções as linhas e vetores que denotam movimento, nuances cromáticas e vivacidade.

Importância da obra – Ainda que tenha ficado conhecida como a “Dama do Concretismo Brasileiro”, Judith Lauand foi muito além da arte concreta. Em seu acervo consolidado e reconhecido internacionalmente, a artista percorre experiências com a arte pop, abstrata, política e sobretudo diversa.

Presente em exposições brasileiras históricas e colecionando premiações, a artista marca um movimento artístico e representa uma vida inteira dedicada à arte. Integrando o que os críticos chamam de “segunda vanguarda”, foi presença feminina expressiva e fundamental em um meio artístico que era predominantemente masculino. Com sua obra formada pelo pioneirismo estético e social, abordou temas fundamentais às questões urbanas, políticas e femininas, usando composições singulares, dinâmicas e que transcenderam os dogmas concretistas.

SERVIÇO:

“Exposição Concreta: Judith Lauand 100 anos”

Local: Biblioteca Municipal Mário de Andrade (Rua Carlos Gomes, 1729 – Centro)

Período: até 02 de dezembro

Horário de visitação: das 8h30 às 19 horas (de segunda à sexta-feira)

Grátis

Redação

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